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Estado de Minas 'ELEITOREIRO'

Janones sobre novo Auxílio Brasil: 'Por que Bolsonaro não pagou antes?'

Presidenciável do Avante afirmou que crescimento para R$ 600 das mensalidades representa medida 'populista': apesar disso, ele não crê em rombo fiscal


23/07/2022 07:00

André Janones, deputado federal (Avante-Minas Gerais)
O deputado federal André Janones (foto) é o presidenciável do Avante (foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
Para o presidenciável André Janones (Avante), o aumento provisório do Auxílio Brasil para R$ 600 foi uma "medida eleitoreira". Deputado federal, ele votou favoravelmente ao reajuste quando o tema estava sendo analisado pela Câmara. Janones é defensor de transferência de renda permanente fixada, justamente, em R$ 600 - e ganhou notabilidade ao encampar, no Congresso Nacional, a pauta do auxílio emergencial.

"(A expansão do auxílio) é uma medida eleitoreira, populista e que não se sustenta. É uma compra de votos dissimulada, mas nem por isso havia clima, possibilidade e condições para que eu ou qualquer outro parlamentar votasse contra. Tenho feito a minha parte para que não aconteça de isso ser utilizado de forma criminosa para influenciar no voto do eleitor. É o temor de todos nós", disse, nessa sexta (22/7), em entrevista exclusiva ao Estado de Minas.

A reboque do crescimento do valor mensal pago aos beneficiários, o governo de Jair Bolsonaro (PL) deseja zerar a fila de pessoas à espera da ajuda financeira. Nos cálculos da equipe econômica, a mudança nas bases do Auxílio Brasil deve gerar custo de cerca de R$ 26 bilhões.

Para viabilizar a aprovação do texto a respeito do tema no Legislativo, a solução foi uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para declarar estado de emergência.

Ao tratar do Auxílio Brasil, Janones, que será oficialmente lançado candidato a presidente neste sábado (23), apontou contradições no discurso de Bolsonaro.

"Devemos questionar não porque estamos pagando os R$ 600 agora, mas porque não pagamos antes e porque não vamos pagar a partir de janeiro. E, principalmente, porque Bolsonaro, que me chamava de populista e idiota, e também a todos que defendiam aumento do auxílio há três meses, da noite para o dia, na véspera da eleição, concede o aumento",

Impacto fiscal

A PEC Emergencial prevê, ainda, vale-gás de cozinha, auxílio a caminhoneiros e taxistas, bem como reposição aos estados por perdas relativas ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

O texto contempla, também, reforço nos valores destinados a agricultores familiares, extrativistas e pescadores que têm suas produções alimentícias repassadas a famílias de baixa renda.

Janones, contudo, não acredita em rombo fiscal por causa da nova versão do Auxílio Brasil.

"Existem fontes mais do que suficientes para a manutenção desse valor não só até dezembro, mas depois, inclusive", argumentou. "Se for deixado esse rombo, será mais uma das inúmeras provas da total incompetência do governo", pontuou.


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