O Partido Novo oficializou, neste sábado (23/7), durante sua convenção, a candidatura à reeleição de Romeu Zema, governador de Minas Gerais. O encontro, ocorrido em Belo Horizonte, serviu para formalizar o desejo da sigla de ter o jornalista Eduardo Costa, do Cidadania, como vice-candidato. O desfecho das tratativas, no entanto, depende de acordo com a federação PSDB-Cidadania. Se as negociações naufragarem, está certo que o vice será Mateus Simões, filiado ao Novo e ex-secretário-geral do Estado.
Apesar de ser simpático a Simões, Zema voltou a afirmar que prefere um vice de outro partido. “São duas opções excelentes. Tenho advogado que o Novo precisa ter pessoas de outros partidos para deixar claro nossa disposição de fazer alianças e, talvez, no futuro, uma federação”, disse, após a conferência do Novo, ocorrida na sede da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), na Região Centro-Sul da capital.
“Política se faz com um grupo mais amplo. Não adianta termos excelentes parlamentares, um grupo muito bom e bem preparado, mas esse grupo não conseguir agregar. Sou totalmente favorável a essa agregação, mas sem abrir mão dos valores do partido – na minha opinião, o grande diferencial que temos”, defendeu o governador.
Simões diz querer Costa na dobradinha com Zema
Eduardo Costa já deixou os programas que apresentava na “Rádio Itatiaia” e na “RecordTV” para estar legalmente apto a concorrer ao lado de Zema caso as cúpulas partidárias cheguem a um acordo. O nome dele foi levado ao Novo, justamente, por Mateus Simões. Mesmo cotado para preencher a vaga, o ex-secretário garantiu preferir o jornalista no posto.
“O convite está feito e as portas estão abertas. Eduardo está convencido e alinhado conosco. O Cidadania, partido dele, também está convencido, mas não depende da gente, e sim da federação Cidadania-PSDB”, garantiu. “É um nome que representa muito bem os valores que temos. Representa aquilo que somaria ao governo neste novo momento: uma abertura efetiva às coligações”, falou ele.
O Novo, depois de eleições disputando sem coligações, mudou de postura e, agora, admite fazer alianças.
O Novo, depois de eleições disputando sem coligações, mudou de postura e, agora, admite fazer alianças.
O PSDB está na base aliada a Zema na Assembleia Legislativa. O primeiro líder do governo no Parlamento foi o tucano Luiz Humberto Carneiro, que morreu no ano passado por causa da COVID-19. Depois, a função foi feita por Gustavo Valadares, hoje no PMN, mas de trajetória construída no ninho tucano.
“Acho que o PSDB tem uma história de responsabilidade com o estado. Uma valorização dessa responsabilidade histórica seria tomar a melhor decisão para o estado neste momento, que é permitir que Eduardo se junte à chapa de Zema”, defendeu Simões.
Eleito vice de Zema em 2018 pelo Novo, Paulo Brant se filiou ao PSDB no ano passado. Apesar disso, ele não vai tentar a reeleição. Para Simões, não há demérito no fato de o alvo mirado no grupo tucano ser Costa — e não Brant.
“Nosso respeito pelo PSDB é muito grande. O PSDB fez parte do governo desde o primeiro momento. Nossos líderes de governo foram do PSDB e temos secretários do PSDB, mas o nome mais adequado para caminhar ao lado do governador neste momento é Eduardo Costa, que faz parte da federação deles. Portanto, não há nenhum desprestígio ao PSDB nesse cenário”, assegurou.
Zema faz ‘tour’ por convenções para firmar apoios
Antes da convenção do Novo, Zema esteve no encontro estadual do PMN, partido que deve apoiá-lo no pleito deste ano. Depois, seguiu para a reunião dos filiados ao Avante, outra agremiação que vai compor sua base aliada.
O Novo tem acordos, ainda, com Solidariedade, Podemos e PP — que vai ceder o deputado federal Marcelo Aro para ser o candidato da chapa ao Senado. Aro, aliás, esteve ao lado do governador na plenária do partido de Zema