Jornal Estado de Minas

ARTICULAÇÃO

Alexandre Silveira diz que União Brasil foi 'ludibriado' por Zema

Após confirmar a candidatura de Alexandre Kalil ao governo mineiro e firmar aliança com partidos à esquerda, o PSD tenta atrair o União Brasil para a coalizão em torno do ex-prefeito de Belo Horizonte. Neste domingo (24/7), o senador Alexandre Silveira, presidente pessedista no estado e postulante à reeleição, afirmou que as conversas com a legenda fruto da fusão entre DEM e PSL têm sido "muito boas". Para Silveira, o União foi "ludibriado" pelo governador Romeu Zema (Novo).



"O União Brasil foi, na minha modesta opinião, ludibriado pelo governador. Houve, ali, e se tornou público, o convite do governador a um membro do União - um parlamentar respeitado, decente e com bela folha de serviços prestados a Minas. Depois, não sei por que, isso mudou", criticou, após a convenção estadual do PSD, ocorrida na sede da Assembleia Legislativa, em Belo Horizonte.

O parlamentar citado por Silveira é o deputado federal Bilac Pinto, oriundo do DEM. Ex-secretário de Governo de Zema, ele estava entre os cotados para ser o vice-candidato de Zema. As negociações, no entanto, não prosperaram, e a vaga será preenchida por Eduardo Costa (Cidadania) ou Mateus Simões (Novo).

"O União Brasil vem conversando conosco em torno de um projeto para melhorar Minas e o Brasil", garantiu Silveira.

A favor do PSD, está o posicionamento de Luciano Bivar, presidente nacional do União. Simpático a Kalil, ele chegou a acertar o apoio de seu partido ao ex-prefeito de BH. O diretório estadual, no entanto, prega autonomia e, fora os pessedistas, mantém conversas com o Novo, além de ter pontes de diálogo com os pré-candidatos Marcus Pestana (PSDB) e Carlos Viana (PL).



Ontem, o União Brasil fez a sua conferência pré-eleitoral, mas não definiu os rumos que vai tomar no estado. A ideia é, se preciso for, esperar até o dia 5 de agosto, data-limite para que os partidos escolham as alianças que farão.



Silveira ainda em busca dos suplentes


A candidatura de Alexandre Silveira ao Senado terá os apoios de PT, PCdoB, PV e PSB. A expectativa é que mais siglas se juntem ao grupo. Da coalizão, vão sair os dois suplentes do parlamentar.

"Temos excelentes nomes dentro da frente já criada, mas temos conversado com outros partidos que querem aderir à nossa aliança. Os dois suplentes serão definidos até o dia 5", projetou.

Embora caminhe com Kalil e Silveira, a Rede Sustentabilidade não poderá indicar um suplente. Isso porque o partido dá apoio informal, visto que faz parte de federação com o Psol - que tem as pré-candidaturas de Lorene Figueiredo (governo) e Sara Azevedo (Senado).



O apoio petista a Silveira foi muito celebrado pelos pessedistas. Para acontecer, foi preciso que o deputado federal Reginaldo Lopes desistisse de tentar o Senado. Reginaldo, então, acabou nomeado o coordenador da campanha de Lula em Minas.

"Quem defende um projeto coletivo deve estar junto com as decisões políticas. E, nesse sentido, não retirei a minha candidatura ao Senado: eu me somei à candidatura do senador Alexandre Silveira para a gente consolidar, em Minas Gerais, a maior votação do ponto de vista absoluto e proporcional a Lula", falou, ao explicar o movimento que fez.