Pré-candidato do PSDB ao governo mineiro, o ex-deputado federal Marcus Pestana se encontrou, nesta segunda-feira (25/7), com Bruno Miranda, vereador de Belo Horizonte e cotado para representar o PDT na disputa pelo Senado Federal. O encontro ocorreu a reboque das conversas entre tucanos e pedetistas por uma aliança em Minas Gerais.
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Candidato à reeleição, Zema volta artilharia ao PT; Kalil critica estradasPT planeja ato com Lula e Kalil na Praça da Estação em agostoEmpresário justifica voto em Lula: "Não é uma eleição normal" Em reunião com Paulinho da Força, Solidariedade acerta apoio a ZemaComo mostrou o Estado de Minas na semana passada, o vereador de BH, líder do governo Fuad na Câmara, é tido como possível solução para dar palanque a Ciro Gomes, presidenciável do PDT.
O partido busca construir espaço para Ciro porque Miguel Corrêa, apresentado como pré-candidato trabalhista ao governo, desistiu de concorrer em meio a um imbróglio com a Justiça Eleitoral.
À reportagem, Bruno Miranda afirmou que se colocou à disposição do PDT para disputar o Senado caso essa seja a opção de seus correligionários.
"O PDT precisa, de fato, aumentar a visibilidade de Ciro em Minas. As conversas com o PSDB, inicialmente, foram muito positivas", disse.
Na semana passada, Pestana declarou apoio a Ciro na corrida rumo ao Planalto. Na visão dele, trata-se do presidenciável mais experiente. Houve elogios ao Projeto de Desenvolvimento Nacional (PND), documento que baseia as propostas do PDT.
"Pode-se concordar ou discordar de alguns pontos, mas Lula e Bolsonaro, nem de perto, explicitaram suas para a economia e as principais políticas públicas", argumentou.
Apesar dos acenos ao PDT, o deputado federal Aécio Neves, do PSDB, tem aparecido na liderança da corrida rumo ao Senado em algumas pesquisas. Em junho, levantamento do Instituto F5 Atualiza Dados apontou 18,5% das intenções de voto para ele, ante 12,8% de Cleitinho Azevedo (PSC). O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral sob os números MG-00062/2022 e BR-02909/2022.
No próximo sábado (30), integrantes do PDT mineiro vão se reunir em BH. Na pauta, estão os rumos do partido na eleição para o governo e, também, na corrida ao Senado. A ideia de ter um candidato pedetista ao Senado para dar palanque a Ciro foi utilizada em 2018. À época, o então deputado estadual Fábio Cherem foi lançado para o posto na chapa liderada por Adalclever Lopes, então no MDB.
O PSDB, por sua vez, chegou a articular para oferecer a vaga ao Senado ao MDB. As tratativas, no entanto, naufragaram após os emedebistas firmarem acordo para apoiar a reeleição do governador Romeu Zema (Novo).
Fuad e Pestana: encontro entre ex-correligionários
Fuad Noman e Marcus Pestana foram colegas de PSDB por muito tempo. O prefeito de BH, além de ter atuado no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, foi secretário de Estado de Obras e Transportes e secretário da Fazenda na gestão de Aécio Neves em Minas.No encontro de hoje, segundo Pestana, eles trataram sobre o metrô belo-horizontino, o Anel Rodoviário, o futuro Rodoanel Metropolitano e a Serra do Curral, nos holofotes desde que o governo estadual autorizou atividades da Taquaril Mineração S.A (Tamisa).Questões referentes ao saneamento básico também foram abordadas.
"Uma das graves lacunas do atual governo é a incapacidade de diálogo. BH abriga mais de 10% da população mineira. Não se pode prescindir de uma forte parceria com o prefeito e a Prefeitura de BH, independente de partidos", disse o tucano, em crítica indireta a Zema.
Prefeito com Kalil e Lula
Ontem, durante a convenção estadual do PSD, Fuad declarou apoio ao companheiro de sigla Alexandre Kalil no plano estadual e a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial."Precisamos de ter, no governo federal e no governo estadual, pessoas aliadas aos municípios, que não excluam as cidades porque o prefeito é de partido A ou de partido B", falou.
Apesar de sua trajetória no ninho tucano, Fuad está de acordo com a orientação do PSD mineiro, que vai caminhar ao lado de Lula.
"Não tenho nenhum problema em declarar apoio a Lula. Nenhuma cidade do Brasil é capaz de sobreviver (apenas) com seus próprios recursos, e precisa, claramente, do governo do estado e do governo federal para aportar recursos, projetos e ideias boas", pontuou.