O presidente Jair Bolsonaro (PL) ironizou nesta terça-feira (26/7) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após ele ter sido incluso pelo governo ucraniano em uma lista de pessoas acusadas de divulgar informações consideradas como propaganda russa durante a guerra entre os dois países. O documento foi divulgado em 14 de julho pelo Centro de Combate à Desinformação da Ucrânia, órgão governamental criado para contestar informações divulgadas pela Rússia.
"Você viu a Ucrânia botando o Lula no rol dos pregadores da desinformação sobre a guerra? Não é por causa de tomar cerveja para resolver o conflito, não. É outro problema. E acusam ele de estar à frente da NOM (Nova Ordem Mundial). Quer dizer, o pessoal vai entendendo a realidade”, disse a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
A lista contém 78 personalidades de vários países e as frases consideradas pró-Rússia pelo governo ucraniano, mas não cita o presidente Jair Bolsonaro (PL). Lula é o único brasileiro citado, junto com duas frases atribuídas ao ex-presidente. Segundo o documento, o petista afirmou que a Rússia deveria liderar a "nova ordem mundial". Não há, porém, qualquer registro que atribua a fala a Lula.
A segunda frase foi retirada de uma entrevista que o ex-presidente deu para a revista americana Time, divulgada em 4 de maio deste ano. "Às vezes fico vendo o presidente da Ucrânia na televisão, como se estivesse festejando, sendo aplaudido em pé por todos os parlamentos, sabe? Esse cara é tão responsável quanto o Putin, porque numa guerra não tem apenas um culpado", disse Lula à revista.
Logo após a divulgação da entrevista, a Embaixada da Ucrânia no Brasil criticou o posicionamento do ex-presidente.
Em nota, a assessoria de Lula afirmou que a acusação da Ucrânia “não tem o menor cabimento” e que uma frase colocada “nunca foi dita por Lula“ e a outra foi “descontextualizada”.