O deputado federal André Janones (Avante-MG), candidato à presidência da República, contou nesta terça-feira (26/7) detalhes de um encontro que teve com o concorrente nas eleições deste ano, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), há cerca de 15 dias.
“Ele e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, me procuraram por um bom tempo e a gente realizou esse encontro pessoalmente. Mas não foi feita nenhuma proposta no sentido de que alguma pauta que para mim ou para o povo que eu represento é cara, fosse encampada pelo ex-presidente Lula”, disse, em entrevista à Globonews.
“Ele falou sobre minha trajetória, o papel que desempenho na defesa da democracia. O único pedido que ele me fez foi para que eu refletisse sobre qual o papel que eu quero desempenhar na defesa da democracia nos próximos quatro anos”.
O político do Avante revelou ainda um diálogo sobre uma possível desistência. “Me disse que não teria moral para pedir que eu desistisse da minha candidatura porque ele disse que me vê tão teimoso quanto ele”.
Segundo Janones, Lula comentou que se tornou presidente do Brasil após muita insistência. Antes das vitórias sobre José Serra, em 2002, e Geraldo Alckmin, em 2006, o petista foi derrotado por Fernando Henrique Cardoso, em 1994 e 1998, e Fernando Collor, em 1989.
“Ele disse que, quando se colocou como candidato lá atrás, as pessoas sempre diziam que ele deveria desistir porque não tinha chance e se ele não tivesse insistido, não teria sido presidente da República por oito anos”.
Candidatura para valer
Janones rebateu as histórias de que teria ensaiado a participação na disputa presidencial para abrir mão no fim e ganhar palanque no cargo de deputado federal em Minas Gerais.
“Por ‘N’ vezes liderei o ranking de parlamentar, somado os 513 deputados federais e 81 senadores, mais influente e com maior popularidade no país todo. Então não tem qualquer sentido eu utilizar a candidatura presidencial para alavancar uma reeleição”.
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“Por ‘N’ vezes liderei o ranking de parlamentar, somado os 513 deputados federais e 81 senadores, mais influente e com maior popularidade no país todo. Então não tem qualquer sentido eu utilizar a candidatura presidencial para alavancar uma reeleição”.
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Ele reforçou que se lançou na disputa “para valer”. “Confesso que durante um tempo ponderei a possibilidade de retirar minha candidatura se entendesse que isso fosse necessário nessa luta, que une a mim e todos os outros nomes com exceção do atual presidente da República, em favor da democracia”.
“Por que eu não retirei? Sou um idealista, não estou na política em troca de cargos, buscando ministérios ou fazendo dela um balcão de negócios. Para mim não tem nenhum problema de ficar quatro anos sem um mandato, sou totalmente ciente do risco que isso implica. Poderia retirar minha candidatura, se algum dos candidatos tivessem me procurado para conversar sobre as minhas propostas”.
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O parlamentar mineiro exemplificou: “‘Janones, estou te acompanhando nas redes sociais, vejo que sua principal bandeira é a diminuição da desigualdade social, um programa de renda mínima para os brasileiros. Vou implementar esse programa, que para você é tão caro e vou fazer um enfrentamento ao sistema financeiro. Pelo menos uma medida que você propõe eu vou encampar, você retira sua candidatura?’. Neste momento eu teria retirado, mas isso não aconteceu”.