Na gravação, Aras diz: "O Ministério Público Federal, o Ministério Público Militar, o Ministério Público dos Estados, o Ministério Público do Distrito Federal e o Ministério Público do Trabalho, naquilo que lhe cabe, todos nós já estamos atentos a eventuais movimentos, espontâneos ou não da sociedade civil, no que toda a possibilidade de violência."
O presidente Jair Bolsonaro (PL) provocou os apoiadores para a manifestação de 7 de Setembro. Em cerimônia de oficialização da candidatura à reeleição, no último domingo, ele teceu críticas aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) se referindo aos magistrados como "surdos de capa preta" e fez o chamamento: "Convoco todos vocês agora para que todo mundo, no 7 de setembro, vá às ruas pela última vez", disse.
Aras afirmou que vai trabalhar para evitar qualquer ato violento no feriado. "Não deixamos que o 7 de setembro tenha nenhum evento de violência. Eram movimentos espontâneos que espocavam em todo o país. Todos já estamos atentos a movimentos, espontâneos ou não, da sociedade civil que não tocam a nós a possibilidade de violência", disse no vídeo.
O Dia da Independência do ano passado foi marcado com manifestações que tinha como pauta a destituição dos ministros da Corte, o fechamento do STF e a intervenção militar. Bolsonaro chegou a dizer, em um de seus discursos mais inflamados durante o protesto, que não obedeceria mais às ordens do Judiciário.
Vídeo antigo
Na semana passada, Augusto Aras quebrou o silêncio e se manifestou, pela primeira vez, sobre os ataques do presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro. O PGR postou um vídeo antigo em seu canal do YouTube no qual defende as urnas eletrônicas.
A gravação é de uma entrevista que Aras concedeu a veículos estrangeiros. No material, o procurador-geral mostra um texto em que diz que "diante dos últimos acontecimentos do país [...] recorda a necessidade de distanciamento, independência e harmonia entre os Poderes".
Em seguida, entra um trecho da entrevista no qual Aras ressalta a "lisura" das eleições no país. "Nós não aceitamos a alegação de fraude, porque nós temos visto o sucesso da urna eletrônica, ao longo dos anos, especialmente, no que toca a lisura dos pleitos", afirmou o PGR no vídeo.