Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES 2022

Cleitinho Azevedo: 'Se eu não morrer, sou candidato a senador'


O deputado estadual mineiro Cleitinho Azevedo (PSC) garante que sua presença na disputa por um assento no Senado é plano irreversível. "Volta (na decisão) só se eu morrer. Se eu não morrer, sou candidato a senador", diz, ao Estado de Minas.



Embora seu partido caminhe para apoiar a reeleição do governador Romeu Zema (Novo), o parlamentar tende a ficar independente nas disputas pelos palácios do Planalto e Tiradentes. O cenário só pode mudar se houver sinal claro vindo de alguma chapa. "Ninguém está me abraçando. Por que tenho de abraçar?", explica.

Em 2018, Cleitinho foi eleito pelo antigo PPS - atual Cidadania. A agremiação compôs a frente em torno de Antonio Anastasia (à época no PSDB). O deputado, contudo, apoiou Zema.

"Vesti a camisa dele, dei minha cara para bater, levei a Divinópolis, fiz vídeos e um monte de coisas. Ele ganhou e eu ganhei (a eleição); agora, foi apoiar outro cara. Não vou mais ficar me doando para as pessoas que não se doam a mim. Vou ficar com o povo", lamenta, em menção indireta à adesão de Zema à pré-candidatura de Marcelo Aro (PP) ao Senado.



A oficialização de Cleitinho como postulante ao Senado deve ocorrer em 5 de agosto, quando o PSC fará sua convenção estadual. Até lá, ele fará viagens por algumas cidades do estado - nesta semana, cumpre agendas no Norte mineiro. "Estou firme. O partido me garantiu a vaga. Está tudo alinhado".

Ontem, o pastor Everaldo Pereira, que por muito tempo foi o principal líder nacional do PSC, voltou oficialmente à presidência da agremiação. O religioso foi afastado do comando em 2020, após ser preso na operação que mirou irregularidades ligadas à saúde pública na gestão de Wilson Witzel, à época governador do Rio e também filiado ao PSC.

Eleito com discurso anticorrupção, Cleitinho quer manter distância do pastor e aponta ausência de interferência da cúpula federal do PSC nas decisões tomadas em Minas. O diretório estadual é comandado pelo deputado federal Euclydes Pettersen. "Não tem presidente nacional que meta a colher", assegura o pré-candidato ao Senado.





'Combate às regalias'


Na semana passada, Zema sancionou Projeto de Lei (PL) de Cleitinho. O texto proíbe que os três poderes estaduais façam pregões para adquirir bens considerados de luxo. A ideia é que os artigos comprados pelas autarquias públicas não tenham características além das necessárias.

"O projeto é para dar um recado e mostrar que, se um político ou o Judiciário quiserem fazer compra de lagosta, uísque e vinho, essas coisas supérfluas, que façam do próprio bolso. Se quiserem alugar um carro importado, aluguem com o dinheiro deles", sustenta.

O texto sobre os bens de luxo é assinado, também, por Bartô (PL). Antes de conseguir a aprovação da sugestão, Cleitinho já havia tentado emplacar propostas de teor parecido.

"Desde que entrei na Assembleia, uma das pautas pela qual mais luto é o combate aos privilégios e às regalias. Um dos primeiros projetos que fiz foi para tirar o auxílio-moradia e o auxílio-paletó. (Foi) engavetado. Depois, fiz a PEC do Miserê, que tirava os penduricalhos de Legislativo, Executivo e Judiciário; também engavetada".



Intenções de voto


Deputado estadual em primeiro mandato, Cleitinho está bem cotado em levantamentos de intenções de voto a respeito do Senado. No início do mês, pesquisa Genial/Quast apontou que ele tem 19% das intenções de voto, ante 7% de Alexandre Silveira (PSD).

Aécio Neves (PSDB), que figura na ponta em outras sondagens, não teve o nome apresentado nessa coleta, registrada junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob os números MG-00322/2022 e BR-01319/2022.

Um dos irmãos do parlamentar, Eduardo Azevedo, é vereador em Divinópolis e pré-candidato a deputado estadual. Outro irmão de Cleitinho, Gleidson, é o prefeito da cidade do Centro-Oeste do estado. Ambos pertencem aos quadros do PSC.