O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (28/7), que o presidente Jair Bolsonaro (PL) diz que não há corrupção em seu governo, mas "parece que ele não sabe a família que tem". Lula também criticou o desmonte da educação, ciência e tecnologia no atual governo e voltou a defender o fim do teto de gastos.
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O ex-presidente participou da 74° Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorre na UnB. A entidade convidou também outros presidenciáveis que estão bem colocados nas pesquisas de intenção de voto para entregar um documento contendo propostas para fomentar a pesquisa e educação e defender a democracia. Amanhã (29/7), o candidato Ciro Gomes (PDT) participará do evento.
Lula também voltou a criticar o teto de gastos, implantado durante o governo de Michel Temer (MDB). "O chamado teto de gastos, que tira dos pobres para dar aos ricos, aprofundou a agenda neoliberal em direção ao estado mínimo", disse o ex-presidente. "O atual governo colocou o Brasil numa máquina do tempo rumo ao passado", completou.
O candidato criticou a atuação do atual governo durante a pandemia da covid-19, afirmando que Bolsonaro "não acredita na ciência" e que boicotou a compra das vacinas. Lula também atacou a falta de transparência do atual governo, apontando que Bolsonaro decreta sigilos de 100 anos sobre informações que não quer divulgar.
"Diferentemente do nosso governo, que tinha o Portal da Transparência e a Lei de Acesso a Informação (LAI). Qualquer pessoa poderia saber a qualidade do papel higiênico no Palácio do Planalto", declarou.
Em seu discurso, em parte lido e em parte improvisado, Lula exaltou as ações de seus governos na área da educação, ciência, pesquisa e desenvolvimento. Ele citou o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, e o Conselho de Ciência e Tecnologia, entre outras políticas.
"A ciência e a tecnologia foram alçadas a condição de eixo central no nosso governo", disse o ex-presidente. "Educação, ciência e tecnologia não são gastos aos cofres públicos. São investimentos para a soberania desse país".