O presidente Jair Bolsonaro (PL) respondeu ao manifesto em defesa da democracia lançado nesta semana pela Universidade de São Paulo (USP). No mesmo dia em que a carta alcançou 300 mil assinaturas, o mandatário usou seu Twitter para declarar ser favorável à democracia.
Na postagem, ele ‘assina’ uma carta de manifesto em favor da democracia. Em seguida, os apoiadores do presidente responderam à publicação, afirmando subscrever ao manifesto do ocupante do Planalto. Com mais de 6 mil comentários e 12 mil compartilhamentos, os tuítes levaram os termos “subscrevo” e “assinado” aos assuntos mais comentados da rede social.
Mas Bolsonaro parece não ter aceitado bem o manifesto da USP, que defende o sistema eleitoral brasileiro e não cita seu nome. Isso porque, ainda na rede social, ele questionou: “Se eu defender menos transparência nas eleições, financiar ditaduras comunistas na América Latina, manter (sic) diálogos cabulosos com o narcotráfico e tentar controlar a mídia, serei chamado de democrata? Ou na verdade isso não depende do que se diz, mas de que lado você está?”.
Bolsonaro ‘sentiu’?
Além do documento da comunidade acadêmica, o candidato à reeleição desacreditou o manifesto elaborado pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). A entidade prepara um documento próprio, que será publicado em jornais de circulação nacional e lido durante evento na Faculdade de Direito da USP, no dia 11 de agosto.
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Durante live realizada ontem, Bolsonaro comentou o documento. “É uma nota política em ano eleitoral. ‘Olha é melhor a democracia com o ladrão do que um outro regime com o honesto’. Agora, qual outro regime com o honesto? Que regime é esse? Não consigo entender”, disse.
Em seguida, ele se defendeu. “Estão com medo do quê? Estou há 3 anos e meio no governo e nunca tive uma palavra minha, uma ação, um gesto. Nunca falei em controlar mídia, em controlar mídias sociais, em democratizar a imprensa, nada. Então, por que isso?”, questionou.
Bolsonaro ainda afirmou que, se não tivesse viés político, assinaria a nota da Fiesp. “Mas voltou para o lado da defesa de outro poder. Eu acho que o equilíbrio entre os poderes deve existir e nós sabemos por onde é que anda o desequilíbrio aqui no Brasil”, concluiu, alfinetando o poder judiciário, alvo frequente de críticas dos bolsonaristas. .
O posicionamento do presidente fez com que opositores debochassem, dizendo que ele ‘sentiu’ a manifestação da comunidade acadêmica da USP e dos empresários da Fiesp. O termo ficou em alta nas redes sociais e usuários ainda lembraram a diferença das intenções de voto entre Lula (PT) e Bolsonaro. Veja algumas reações: