Candidato à reeleição, Romeu Zema (Novo) tem 17,7 pontos de vantagem sobre Alexandre Kalil (PSD) na disputa pelo governo de Minas Gerais. A diferença consta na mais recente pesquisa do Instituto F5 Atualiza Dados a respeito da corrida ao Palácio Tiradentes. No levantamento, divulgado com exclusividade pelo Estado de Minas, Zema aparece com 44,5% das intenções de voto, ante 26,8% do ex-prefeito de Belo Horizonte.
Todos os demais postulantes estão tecnicamente empatados, por causa da margem de erro de 2,5 pontos — para mais ou para menos. O pelotão que segue Zema e Kalil é encabeçado numericamente pela professora Vanessa Portugal (PSTU), que soma 2,1%; com 1,8%, está o senador Carlos Viana, do PL. O ex-deputado federal Marcus Pestana (PSDB) tem 0,9%, contra 0,7% da doula Renata Regina (PCB).
Lorene Figueiredo, professora que representa o Psol, aparece com 0,4%. Militante em prol dos direitos da mulher, Indira Xavier (Unidade Popular) tem 0,2%.
Os dados são do cenário estimulado, em que os entrevistados opinam a partir de uma lista de candidatos fornecida pelos pesquisadores. Nesse recorte, há 15,2% de indecisos e 7,2% de potenciais votos brancos/nulos. Outros 0,2% não responderam à pergunta.
Para Domilson Coelho, diretor-executivo da F5, a polarização nacional entre os presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) deve dar o tom da eleição mineira. O petista firmou acordo com Kalil, enquanto o partido do atual presidente tem Carlos Viana como pré-candidato. A participação do senador na disputa pelo governo ainda não foi oficializada.
O cenário, segundo Domilson, tende a mudar caso Viana seja confirmado no páreo.
O cenário, segundo Domilson, tende a mudar caso Viana seja confirmado no páreo.
“Viana deve crescer, porque parte do eleitor de Zema é ligado à direita, contra o ex-presidente Lula e segue a orientação de Bolsonaro. Se o presidente tiver um candidato em Minas que não Zema, desidrata o governador”, diz.
Embora a distância de Zema para Kalil seja considerável, Domilson crê que outros elementos podem influenciar nos rumos do pleito.
“O jogo ainda está aberto. Há várias negociações acontecendo”, avalia, mencionando a indefinição em torno dos rumos do União Brasil. O partido, dono da maior fatia do tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão e fruto da fusão entre DEM e PSL, ainda estuda as opções de aliança no estado.
“O jogo ainda está aberto. Há várias negociações acontecendo”, avalia, mencionando a indefinição em torno dos rumos do União Brasil. O partido, dono da maior fatia do tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão e fruto da fusão entre DEM e PSL, ainda estuda as opções de aliança no estado.
Indecisos predominam na pesquisa espontânea
O Instituto F5 construiu, ainda, pesquisa espontânea sobre o governo. No modelo, o eleitorado pode citar livremente o político que deseja ver no comando do Executivo estadual. Embora Zema tenha angariado 15,4% das menções, outros 58% afirmaram ainda não saber em quem votar. Paralelamente, Kalil conseguiu 8,7%.
Apesar de não ser candidato ao Palácio Tiradentes, o deputado federal Aécio Neves (PSDB), que avalia tentar um retorno ao Senado Federal, aparece com 0,2%. O deputado federal bolsonarista Junio Amaral (PL) e seu correligionário Carlos Viana têm, cada um, o mesmo percentual do tucano. O deputado estadual Cleitinho Azevedo (PSC), pré-candidato a senador, tem 0,1%.
Na cena espontânea, possíveis votos nulos ou em branco são 9,4% do total de respostas. Registradas, ainda, 7,8% de abstenções.
Ao contrário de 2018, quando concorreu com uma chapa puro-sangue, Zema vai liderar coligação com outros partidos. O Novo tem acordos com agremiações como MDB, PP, PMN, Avante, Solidariedade e DC. Outras, como Patriota e PSC, devem engrossar o cordão.
Do lado de Kalil, há apoio confirmado da federação à esquerda formada por PT, PV e PCdoB, além do PSB. A Rede, embora esteja federada ao Psol e tenha de dar sustentação oficial à campanha de Lorene Figueiredo, estará informalmente no palanque do ex-prefeito.
Do lado de Kalil, há apoio confirmado da federação à esquerda formada por PT, PV e PCdoB, além do PSB. A Rede, embora esteja federada ao Psol e tenha de dar sustentação oficial à campanha de Lorene Figueiredo, estará informalmente no palanque do ex-prefeito.
A maioria do segundo pelotão, por sua vez, deve ir às urnas isoladamente. Marcus Pestana, contudo, se confirmado na disputa, terá o endosso do Cidadania, com quem o PSDB forma uma coligação. Há tratativas, também, com o PDT. Carlos Viana também tenta uma composição e busca atrair o Republicanos, a fim de repetir a aliança nacional das legendas em torno de Bolsonaro.
Kalil lidera com o apoio de Lula
A liderança da corrida eleitoral mineira muda de mãos quando os candidatos são associados a lideranças nacionais. Atrelado a Lula, Kalil salta 14,7 pontos e chega a 41,5% das intenções de voto, contra 31,7% de Zema, que na pesquisa é relacionado a Felipe d’Avila, presidenciável do Novo. O índice representa queda de aproximadamente 12,8% no percentual do governador em relação ao cenário estimulado tradicional.
Na terceira configuração, Viana também cresce e, com o apoio de Bolsonaro, atinge 8,2%. Ao lado de Vera Lúcia, nome do PSTU ao Palácio do Planalto, Vanessa Portugal fica com 1,5%.
Na pesquisa, cuja relação de questões aos participantes foi desenvolvida na semana passada, Marcus Pestana é associado a Simone Tebet (MDB) e atinge 0,7%. O tucano, no entanto, anunciou que vai caminhar ao lado de Ciro Gomes (PDT).
Depois, com 0,6%, vem Renata Regina, apoiada por Sofia Manzano (PCB). Lorene Figueiredo (Psol), independente, tem 0,4%. No plano nacional, vale lembrar, os pessolistas seguirão com Lula.
Na Unidade Popular, cujo candidato à Presidência da República é Leonardo Péricles, Indira Xavier mantém 0,2% quando associada ao companheiro de sigla.
No cenário em que os candidatos em Minas são ligados a presidenciáveis, indecisos são 9,7%; brancos e nulos, por sua vez, são 5,5%. Não houve abstenções.
A aliança entre Lula e Kalil foi fechada em maio. No mês seguinte, eles estiveram juntos em evento em Uberlândia, no Triângulo. Para agosto, já há ato da dupla marcado para a Praça da Estação, em BH.
Zema, por outro lado, embora tenha recebido acenos de Jair Bolsonaro — e admitido negociações para uma composição com o PL — garante lealdade ao correligionário Felipe d’Avila.
Zema, por outro lado, embora tenha recebido acenos de Jair Bolsonaro — e admitido negociações para uma composição com o PL — garante lealdade ao correligionário Felipe d’Avila.
O nível de confiança dos resultados vistos na pesquisa F5/EM é de 95%. Para a obtenção dos números, foram feitas 1.625 entrevistas presenciais entre os dias 25 e 28 de julho. A sondagem está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob os números MG-09704/2022 e BR-05714/2022.