"Ele é empregado do sistema financeiro nacional. Deve ter carteira assinada com eles. Interessa é ser rígido no pagamento dos juros, sem reconhecer as necessidades sociais tão prementes à população brasileira", disse o parlamentar.
Segundo Silveira, houve, por parte de Bolsonaro, uma concentração, em torno de Guedes, de atribuições de ministérios extintos, como o do Desenvolvimento Social.
"O maior erro do atual governo foi ter entregue as políticas sociais ao ministro da Economia. O ministro da Economia conhece é de pagar juros a banqueiros; ele é empregado da Faria Lima. Quem determina as políticas sociais no país, hoje, são os banqueiros", emendou, em menção à famosa avenida de São Paulo que concentra investidores e agentes ligados ao sistema econômico.
O imbróglio público entre o senador e Paulo Guedes começou após o parlamentar apresentar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que aumenta para R$ 600, até o fim deste ano, o Auxilio Brasil. O benefício estava originalmente fixado em R$ 400. O texto, que também concede outras ajudas financeiras, como um subsídio para a compra de gás de cozinha, foi chamado de "kamikaze" pelo ministro.
"É uma pessoa completamente insensível à realidade do país, que não conhece as várias regiões do Brasil. O grande problema dele é que seu sapato nunca viu um dedo de poeira. É alguém muito teórico, que saiu da Universidade de Chicago e foi para a Faria Lima. Só pensa em pagar os juros da dívida", rebateu Silveira.
Conversa com Bolsonaro sobre o ministro
Ao EM, Alexandre Silveira contou ter se queixado de Paulo Guedes durante conversa com o presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Disse ao presidente: 'o senhor cometeu um grande erro ao não colocar o ministro da Economia em um avião com o senhor para rodar o Nordeste brasileiro, ao Jequitinhonha, ao Mucuri e a Montes Claros'. Ele deu uma risada, mas não falou nada", lembrou.
"Atravessamos um momento de pandemia e um momento de guerra, quando o preço do combustível ficou completamente inacessível à classe média. Mais inacessível ainda (ficou) a vida dos pobres", pontuou.