Segundo ele, apesar do apelido "kamikaze" dado por Paulo Guedes, ministro da Economia, o texto, na verdade, põe "comida em casa". "Chegou ao ponto de o país voltar ao mapa da fome e da miséria", criticou, durante participação no "EM Entrevista", podcast de Política do Estado de Minas.
"O governo apresentou (a PEC) de forma oportunista já pensando na eleição. Mas o brasileiro é consciente, sábio, e já mostrou que, em momentos de temperatura normal - espero que seja assim nesta eleição - sabe escolher. E sabe que o presidente Lula (PT) é quem se preocupa com os pobres e com as políticas sociais", disse Silveira.
O parlamentar defendeu o socorro às pessoas em situação de vulnerabilidade. "A minha PEC é oportuna, pois enxergava de forma clara que a inflação campeava de forma muito forte, comprimia o preço dos alimentos, impedia a classe média de manter seu padrão de vida, mas, principalmente, atingia frontalmente os pobres", afirmou.
Histórico
A PEC foi apresentada por Silveira ainda em fevereiro, logo após ele assumir o mandato antes ocupado por Antonio Anastasia (PSD), que renunciou para ocupar assento no Tribunal de Contas da União (TCU).
Em meio às críticas de Guedes, houve certa rejeição de componentes do governo Jair Bolsonaro (PL) à ideia. No mês passado, contudo, o líder de Bolsonaro no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), apresentou proposta com teor semelhante ao que fora sugerido pelo congressista de Minas Gerais. O documento de Portinho, então, foi arquivado, e o Congresso passou a analisar o texto de Silveira.
Já promulgada, a nova emenda à Constituição Federal prevê, além do crescimento do Auxílio Brasil, um subsídio a taxistas e caminhoneiros em virtude do aumento do preço dos combustíveis. O vale-gás também foi reajustado.
Depois de ter chamado a PEC de "kamikaze", Paulo Guedes mudou o tom e passou a taxar a proposição de "PEC das bondades".
"O governo combateu de forma atroz, violenta e agressiva a minha PEC. E, às vésperas da eleição, apresentou uma PEC idêntica", reclamou Alexandre Silveira.