O candidato ao governo de Minas Alexandre Kalil (PSD) classificou a oficialização de Carlos Viana (PL) como candidato ao Palácio das Mangabeiras como resultado de uma “traição” do governador Romeu Zema (Novo) ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na terça-feira (2/3), Bolsonaro definiu o palanque em Minas ao confirmar a candidatura de Viana. O chefe do Executivo federal negociava uma parceria com o governador Zema, que relutou em declarar apoio à reeleição do presidente e, agora, irá formar chapa-pura, com Mateus Simões (Novo), ex-secretário de governo, como vice.
O palanque mineiro vinha sendo visto como estratégico na campanha de reeleição do presidente, já que o estado é o segundo maior colégio eleitoral do país e, até o momento, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato e rival de Bolsonaro na disputa ao Planalto, vem liderando com 20 pontos de vantagem sobre o presidente. Desde a redemocratização do país, nenhum presidente venceu as eleições sem ganhar em Minas Gerais.
Para Kalil, a escolha de Viana é a prova de que Zema “traiu” Bolsonaro.“Agora ele [Zema] traiu o Bolsonaro, que está vindo com o Viana. Eu acho que o pessoal do Bolsonaro vai votar no Viana, até por uma questão de fidelidade”, afirmou o ex-prefeito de Belo Horizonte em entrevista à Rádio Real, de Ouro Preto.
O grupo de Bolsonaro avalia que, lançando Viana, mesmo o senador aparecendo com baixos índices de intenção de votos nas pesquisas, aumentam as chances de haver segundo turno no estado, o que poderia forçar uma aproximação de Zema com Bolsonaro em uma eventual rodada final de votação.
Durante entrevista, Kalil apontou que a falta de investimentos no estado, apesar de Zema caminhar ao lado do presidente nos últimos anos, reflete diretamente na vida dos mineiros.
“Quando você anda numa estrada abandonada, largada, a comida que chega na feira é mais cara. Quando você tem um presidente da República que não olha para Minas Gerais, que não duplica uma estrada, o remédio vai faltar na ponta, você vai começar a aula sem professor, como está acontecendo aqui. E agora Bolsonaro vem com outro candidato, pois o governador ficou ao lado dele o tempo todo e agora largou”.
Kalil faz parte do palanque do ex-presidente Lula.Para ele, o petista vai recolocar Minas no orçamento federal.
“O governo federal é fundamental, mas é em conversa com o Estado que vai botar remédio, leito, médico, hospital, centro de saúde no Estado. O presidente Lula tem um compromisso comigo de voltar a ajudar Minas Gerais”, afirmou o candidato do PSD.
Para Kalil, além de não investir em Minas, os constantes ataques de Bolsonaro, como questionamentos sobre as urnas eletrônicas, também afetam diretamente na vida das pessoas.
“Quando um presidente fala uma estupidez no rádio e na televisão, o dólar sobe. Se o dólar subir, o pão que você compra na padaria fica mais caro, pois a farinha de que é feita o pão é importada. Cada ataque à urna eletrônica que esse presidente da República faz, tudo fica mais caro para o pobre”, disse Kalil.
“Quando um presidente fala uma estupidez no rádio e na televisão, o dólar sobe. Se o dólar subir, o pão que você compra na padaria fica mais caro, pois a farinha de que é feita o pão é importada. Cada ataque à urna eletrônica que esse presidente da República faz, tudo fica mais caro para o pobre”, disse Kalil.