Jornal Estado de Minas

ENTREVISTA

Candidato de Zema ao Senado, Aro critica o ex-aliado Kalil: 'Só pensa nele'

O deputado federal Marcelo Aro (PP), candidato ao Senado por Minas Gerais na chapa do governador Romeu Zema (Novo), teceu fortes críticas a Alexandre Kalil (PSD), seu aliado até o início do ano passado. Nesta quinta-feira (4/8), durante participação no "EM Entrevista", podcast de Política do Estado de Minas, Aro chamou o ex-prefeito de Belo Horizonte de "egoísta".



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Conheci um Kalil que, hoje, é completamente diferente. É um Kalil que só pensa nele, egoísta, que só tem propósitos pessoais - e não um propósito estadista. Quando o conheci, esperava que a gente caminhasse por muitos anos na política. Mas, infelizmente, Kalil mudou completamente. É insustentável ficar ao lado de uma pessoa como ele", disse.

O grupo de deputados estaduais ligado a Aro já era simpático à gestão de Zema, mas após o rompimento com Kalil, a ala passou a intensificar a defesa, na Assembleia, das ações da gestão estadual. O agora candidato ao Senado, inclusive, foi nomeado o líder do governo mineiro no Congresso Nacional.

"Após o rompimento com Kalil, nos aproximamos ainda mais, mas sempre fomos da base de sustentação ao governador - nunca fomos oposição", explicou.

Aro é tido como um dos principais articuladores políticos de Zema. O pai dele, Zé Guilherme, também filiado ao PP, lidera o bloco governista do Parlamento Estadual. O partido deles vai apoiar a reeleição do governador ao lado de outras legendas, como Democracia Cristã (DC), Podemos, Patriota, Solidariedade, Avante e PMN.



Segundo o deputado federal, a aproximação a Zema surgiu em torno de "pautas positivas".

"Zema queria alguém alinhado a ele para fazer essa 'ponte' com o governo federal e com a bancada de deputados. Ele me procurou e disse que eu tinha perfil de diálogo e busca por entendimentos".


Desgaste minou relação com Kalil


Em 2016, quando venceu pela primeira vez a eleição belo-horizontina, Kalil, agora candidato ao governo, estava filiado ao PHS. Aro era, justamente, o presidente da legenda. A relação nasceu no Atlético, clube presidido por Kalil entre 2008 e 2014. Aro, por sua vez, era um dos conselheiros do Galo.

"Tínhamos uma amizade e via nele boas ideias. Kalil fez um bom primeiro mandato, mas ao longo desse mandato, algumas divergências entre nossos modos de fazer política começaram a existir. No final do primeiro mandato, essas divergências foram ficando cada vez maiores", pontuou.



Há quatro anos, Kalil chegou a defender a reeleição de Aro na disputa por um assento na Câmara dos Deputados. A relação, contudo, foi se deteriorando.

"Em 2020, a relação não era sustentável. Já não o reconhecia mais. Por isso, não tinha mais condições de apoiá-lo", falou.