" Conheci um Kalil que, hoje, é completamente diferente. É um Kalil que só pensa nele, egoísta, que só tem propósitos pessoais - e não um propósito estadista. Quando o conheci, esperava que a gente caminhasse por muitos anos na política. Mas, infelizmente, Kalil mudou completamente. É insustentável ficar ao lado de uma pessoa como ele", disse.
O grupo de deputados estaduais ligado a Aro já era simpático à gestão de Zema, mas após o rompimento com Kalil, a ala passou a intensificar a defesa, na Assembleia, das ações da gestão estadual. O agora candidato ao Senado, inclusive, foi nomeado o líder do governo mineiro no Congresso Nacional.
"Após o rompimento com Kalil, nos aproximamos ainda mais, mas sempre fomos da base de sustentação ao governador - nunca fomos oposição", explicou.
Aro é tido como um dos principais articuladores políticos de Zema. O pai dele, Zé Guilherme, também filiado ao PP, lidera o bloco governista do Parlamento Estadual. O partido deles vai apoiar a reeleição do governador ao lado de outras legendas, como Democracia Cristã (DC), Podemos, Patriota, Solidariedade, Avante e PMN.
Segundo o deputado federal, a aproximação a Zema surgiu em torno de "pautas positivas".
"Zema queria alguém alinhado a ele para fazer essa 'ponte' com o governo federal e com a bancada de deputados. Ele me procurou e disse que eu tinha perfil de diálogo e busca por entendimentos".
Desgaste minou relação com Kalil
Em 2016, quando venceu pela primeira vez a eleição belo-horizontina, Kalil, agora candidato ao governo, estava filiado ao PHS. Aro era, justamente, o presidente da legenda. A relação nasceu no Atlético, clube presidido por Kalil entre 2008 e 2014. Aro, por sua vez, era um dos conselheiros do Galo.
"Tínhamos uma amizade e via nele boas ideias. Kalil fez um bom primeiro mandato, mas ao longo desse mandato, algumas divergências entre nossos modos de fazer política começaram a existir. No final do primeiro mandato, essas divergências foram ficando cada vez maiores", pontuou.
Há quatro anos, Kalil chegou a defender a reeleição de Aro na disputa por um assento na Câmara dos Deputados. A relação, contudo, foi se deteriorando.
"Em 2020, a relação não era sustentável. Já não o reconhecia mais. Por isso, não tinha mais condições de apoiá-lo", falou.