Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES 2022

Veja como ficam as chapas formadas na disputa à Presidência da República


Os partidos que disputam o Palácio do Planalto deixaram para consolidar as chapas da disputa presidencial no último dia do prazo para realização das convenções. Nesta sexta-feira (5/8), Ciro Gomes (PDT) anunciou a vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos, como sua vice, e a senadora Soraya Thronicke (União Brasil) apresentou o ex-secretário da Receita Federal Marcos Cintra como companheiro de disputa.



"Estou muito tranquila que a minha escolha não é apenas por eu ser mulher, ou uma mulher negra, mas por ser a mulher que eu sou", disse Ana Paula Matos, depois do anúncio de sua candidatura.

O PDT repete o cenário de 2018 ao lançar uma chapa puro-sangue. À época, sua vice foi a senadora Kátia Abreu (PP-TO), que estava na legenda. A escolha de uma correligionária reflete a dificuldade que Ciro enfrenta para forçar alianças. O PDT não conseguiu formar acordos nacionais - tentou com o PSB e com o União Brasil, mas não foi adiante.

"Estou com um olho na campanha eleitoral e outro no governo. Sou muito responsável, estou me preparando para governar o Brasil. Sei que é uma imensa travessia, difícil, tortuosa. Mas a minha psicologia é de me preparar para assumir a responsabilidade de governar o Brasil", afirmou Ciro.

A expectativa do PDT é de que a proximidade de Ana Paula com o ex-prefeito de Salvador ACM Neto - que concorre ao governo baiano - possa dar palanque a Ciro na Bahia. Sem alianças nacionais, o partido depende agora dos arranjos estaduais.




Anti-Bolsonaro


O União Brasil também fechou a chapa ao Planalto. Soraya Thronicke, que desde terça-feira assumiu o posto depois que o deputado federal Luciano Bivar (PE) abriu mão de se lançar à disputa, apresentou o economista e ex-secretário da Receita Federal Marcos Cintra como vice. "O jogo não está definido. O jogo, Brasil, ainda nem começou", bradou a senadora, que está no meio do mandato parlamentar.

"Em 2018, votamos para tirar o que estava errado. Agora, em 2022, vamos votar para tirar o que também não deu certo", disse Soraya, em alusão ao presidente Jair Bolsonaro (PL), do qual foi apoiadora e cujas ideias ajudaram a senadora a se eleger. Ela pincelou seu plano de governo, com destaque para a realização de uma reforma tributária e a criação de um imposto único.

"A reforma tributária é a mãe de todas as reformas. Com ela, ajudamos o assalariado, a dona de casa, nossos familiares. Ajudamos as empresas a investirem mais", defendeu também Cintra, que defende, desde que comandou a Receita Federal, a proposta de um imposto único nos moldes da antiga CPMF.



Revés


Enquanto Soraya e Ciro já estão prontos para disputarem a corrida presidencial, a candidatura do influencer Pablo Marçal ainda patina. Isso porque, na tarde de ontem, o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou a volta de Eurípedes Júnior - que defende fechar desde já apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - ao comando do PROS.

Tão logo retomou o controle da sigla, Eurípedes realizou nova convenção partidária para rifar Marçal, que havia sido confirmado como candidato no último domingo. O influcencer, porém, garante que não será rifado e disputará a Presidência - tem, inclusive, uma vice, a policial militar Fátima Pérola Neggra (veja quadro ao lado).

Marçal, porém, já está registrado no TSE e classificou a manobra de Eurípedes como um "golpe". "Minha candidatura é um ato jurídico perfeito, dentro do prazo hábil. Tem que ter um prazo para divulgação. O que está rolando agora é um golpe", criticou.



Quem vai para a briga pelo Planalto


Presidente/Vice-presidente



» O prazo para as convenções partidárias e a definição de chapas terminou nesta sexta-feira. Partidos têm até 15 de agosto para registrar presidente e vice no Tribunal Superior Eleitoral