“Hoje é um momento inédito, em que capital e trabalho se juntam pela democracia brasileira.” Foi assim que o ex-ministro da Justiça e advogado José Carlos Dias iniciou sua fala no evento que marca a leitura da Carta em Defesa da Democracia na Faculdade de Direito da USP, em São Paulo.
Na ocasião, o jurista, que leu o manifesto organizado pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) em prol da democracia, ressaltou que o 7 de Setembro, neste ano em que o país completa 200 anos de Independência, tem o objetivo de consolidar a estabilidade da democracia brasileira.
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O ex-ministro afirmou também que essa não é a primeira crise que a democracia brasileira enfrenta nessas quatro décadas pós Ditadura Militar, mas que as instituições foram fortes o bastante para garantir o Estado Democrático de Direito no Brasil, sendo possível a “execução de governos de diferentes espectros políticos”, completou.
José Carlos Dias fechou sua participação criticando a polarização política e afirmando que o Brasil não se resume às ameaças à democracia e ao desenvolvimento do país.
“Queremos um país próspero, justo e solidário, guiado pelos princípios republicanos expressos na Constituição, à qual todos nos curvamos, confiantes na vontade superior da democracia. Ela se fortalece com união, reformando o que exige reparos, não destruindo; somando as esperanças por um Brasil altivo e pacífico, não subtraindo-as com slogans e divisionismos que ameaçam a paz e o desenvolvimento almejados”, disse.
Reitor da USP também pede por democracia no 7 de Setembro
Carlos Gilberto Carlotti Junior, Reitor da USP, também participou do evento e pediu por democracia no feriado de 7 de Setembro. Em seu pronunciamento, ele ressaltou a importância da leitura da carta e afirmou que o evento inibe qualquer tentativa de fissurar a democracia brasileira.
“Eu acho que essa demonstração certamente inibe qualquer pensamento, qualquer tentativa de tirar do rumo o nosso país, a nossa democracia e o processo eleitoral. Espero que o próximo 7 de Setembro seja representado pela inauguração do nosso Museu Paulista, símbolo da Universidade de São Paulo, e que nós possamos nesse dia repensar o Brasil. Pensar nos 200 anos e pensar daqui pra frente o que nós precisamos melhorar”, ressaltou.