Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES 2022

Bolsonaro sobre Lula assinar carta pela democracia: 'Dizer que é bom moço'

Na contramão dos candidatos à presidência que aderiram às mais de 840 mil assinaturas da carta pela democracia, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem investido em deboches ao documento. Na live desta quinta-feira (11/8), ele minimizou o documento e afirmou que a ‘carta’ importante é a Constituição. Além disso, o chefe do Executivo apontou que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é signatário para 'dizer que é bom moço'.





“Alguém discorda que esta daqui (Constituição) é a melhor carta à Democracia? Alguém tem dúvida? Acha que outro pedaço de papel substitui isso daqui?”, questionou Bolsonaro durante a live.

Alguns dos principais candidatos à Presidência também assinaram o documento, entre eles Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB) e Felipe D'Avila (Novo). Os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Dilma Rousseff também apoiaram.
 

Bolsonaro ironiza que PT não assinou a Constituição 

Bolsonaro aproveitou para ressaltar que o partido de seu principal concorrente às eleições deste ano deixou de assinar a Constituição, em 1988.




 
“Então vamos lá… já que o símbolo máximo do PT (Lula) assinou a carta, juntamente com sua jovem esposa (Janja), eu pergunto: o PT assinou a Constituição em 88? O pessoal faz uma ronda agora sobre ‘Carta à Democracia’ para tentar me atingir. Mas a bancada do PT não assinou a Constituição. Agora querem assinar essa ‘cartinha’?”, declarou.
 
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“Em 2002 realmente foi uma carta à corrupção, que foi o PT fez quando assumiu. Então fazer ‘cartinha’ para servir de passaporte para dizer que é bom moço? Não funciona, tem que dar exemplo”, completou o presidente.

Ele continuou: “E quando se fala em ‘carta à democracia’ os signatários desta carta estavam onde por ocasião da pandemia? Porque vários dispositivos da Constituição foram violados, como o ‘estado de defesa e de sítio’, onde certas medidas são suprimidas da população.”




 
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“Assim mesmo, só podem ser suprimidas depois que porventura mandar um decreto e o parlamento aprovar. Até assim há limites, se eu extrapolar como presidente vou ser responsabilizado. Muitos governadores, alguns prefeitos, por ocasião da pandemia, em um decreto, tomaram medidas drásticas e proibitivas muito mais danosas e graves do que no estádio de sítio”, destacou.

Por fim, ele citou exemplos: “Por exemplo, no estado de sítio não pode algemar uma mulher na rua, não pode caçar um surfista, não pode fechar a igreja. Meu Deus do céu, fecharam igrejas, abusaram, tolher o direito de ir e vir, fizeram barbaridade, condenaram os mais humildes que viviam na informalidade a morrer de fome em casa.”