Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES 2022

Primeira-dama Michele Bolsonaro foca na mulher evangélica


Brasília – Às vésperas da largada para a campanha, o eleitorado evangélico entrou com força na estratégia de Jair Bolsonaro para tentar diminuir a distância para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas. Nesta semana, o presidente recebeu reforço de líderes das maiores igrejas pentecostais do país para convocar os fiéis às manifestações de 7 de setembro, em vídeo que circula nas redes bolsonaristas. 




 
A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também intensificou sua atuação voltada para as mulheres evangélicas, em face à perda de apoio que o presidente sofreu nesse segmento. Nos últimos dias, ela liderou cultos  – inclusive no Palácio do Planalto –, atacou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e classificou as eleições como uma “guerra do bem contra o mal”, para mobilizar a parcela religiosa do eleitorado. Segundo especialistas, apesar da perda de apoio que sofreu nos últimos quatro anos, Bolsonaro é o único candidato com capacidade de dialogar em massa com os evangélicos.
 
Após movimentação de aliados do presidente, um grupo de pastores de grandes igrejas brasileiras está convocando os religiosos a participarem dos atos de 7 de setembro, planejado como uma última demonstração de força de Bolsonaro antes do pleito de outubro. A meta é que 20 milhões de apoiadores tomem as ruas na data.
 
O vídeo, de pouco mais de um minuto, traz as lideranças evangélicas Silas Malafaia, Cláudio Duarte, Teo Hayashi, César Augusto, Estevam Hernandes, Rina, Victor Hugo, Renê Terra Nova e Lucinho, convocando seus seguidores a participarem de atos em todo o Brasil. 




 
No ano passado, movimento parecido dos pastores ocorreu para as manifestações de 7 de setembro, mas a convocação foi apenas para os atos na Avenida Paulista, em São Paulo. “Todos de verde e amarelo. A nossa bandeira jamais será vermelha”, diz a narração do vídeo, em alusão a Lula. A estratégia da divulgação foi capitaneada por Malafaia, um dos pastores mais influentes.
 
O atual presidente conta com apoio de parcela considerável dos evangélicos. Segundo pesquisa Datafolha divulgada no final de julho, Bolsonaro tem o voto de 43% dos religiosos, contra 33% de Lula. O mandatário, porém, enfrenta dificuldade de crescer mais dentro do grupo por conta das mulheres. O mesmo levantamento mostra que o presidente tem apoio  somente de 29% das evangélicas, contra 48% do público masculino. Em comparação com 2018, seu apoio dentro do grupo se fragmentou.
 
Desde a convenção nacional que lançou a candidatura de Bolsonaro, Michelle vem  intensificando os discursos religiosos. Na segunda-feira da semana passada, ela liderou um culto com um grupo de evangélicos dentro do Palácio do Planalto. Já no domingo, o casal participou de um culto em Belo Horizonte e, em sua fala, a primeira-dama discorreu em tom eleitoral e acirrou a mensagem de guerra que a campanha do presidente traz.
 
“É um momento muito difícil, não tem sido fácil. É uma guerra do bem contra o mal, e eu creio que vamos vencer porque Jesus já venceu na cruz o calvário por nós", disse Michelle. Sobre o Planalto, ela afirmou ainda que o local, durante muito tempo, “foi consagrado a demônios”.