Os candidatos ao governo de Minas nas eleições de outubro de 2022 tiveram até às 8h de hoje para registrar as candidaturas no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Já a partir de amanhã (16/8), os nomes oficializados na disputa começam a participar de atos de campanha eleitoral, com direito a distribuição de panfletos e pedido de votos.
Serão 10 nomes na corrida ao Palácio Tiradentes: Romeu Zema (Novo), que tenta reeleição, Cabo Tristão (PMB), Carlos Viana (PL), Indira Xavier (UP), Alexandre Kalil (PSD), Lorene Figueiredo (Psol), Lourdes Francisco (PCO), Marcus Pestana (PSDB), Renata Regina (PCB) e Vanessa Portugal (PSTU). Até as 21h de ontem, dois nomes ainda não constavam na relação do TSE: Cabo Tristão (PMB) e Lourdes Francisco (PCO). Até as 21h de ontem, dois nomes ainda não constavam na relação do TSE: Cabo Tristão (PMB) e Lourdes Francisco (PCO).
Romeu Zema
Líder em pesquisas de intenção de votos, como a divulgada na última sexta-feira (12/8) por Quaest/Genial (46% em cenário estimulado), Zema é apontado atualmente como favorito na disputa. Figura com presença forte no interior de Minas Gerais por ser natural de Araxá, cidade do Triângulo Mineiro, e pela longa carreira como empresário no ramo varejista, Zema vai para a segunda disputa de cargos políticos – a primeira foi em 2018, quando se elegeu governador.
O governo de Minas e a equipe de Zema não divulgaram a programação de terça-feira, mas hoje o candidato à reeleição estará na Região do Alto Paranaíba, na cidade de Romaria. Ele acompanha, às 10h, uma missa em comemoração aos 152 anos da Festa de Nossa Senhora do Abadia.
No âmbito nacional, Zema vai caminhar ao lado de Felipe d’Ávila (Novo), candidato à Presidência da República. Propostas para que o PL, partido do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) ocorreram, mas a aliança não foi concretizada, o que dá status de “puro sangue” à chapa do governador.
Ele terá Mateus Simões (Novo), vereador de Belo Horizonte de 2017 a 2020 e secretário-geral do governo de Minas de 2020 até abril deste ano, como vice. O deputado federal Marcelo Aro (PP-MG) é o nome para o Senado.
Alexandre Kalil
Prefeito de Belo Horizonte de 2017 a março de 2022, quando renunciou para concorrer ao Palácio Tiradentes, Alexandre Kalil vai para a terceira disputa política da vida. Figura forte na capital mineira pelo tempo que ficou na prefeitura e por ter presidido o Clube Atlético Mineiro de 2008 a 2014, ele aparece como segundo colocado na última pesquisa Genial/Quaest, com 24%, e é tido como o outro lado de uma “polarização” na disputa ao governo.
Para tentar vencer, Kalil tem alguns trunfos: o tempo em que ficou na prefeitura e o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que presidiu o Brasil de 2003 a 2010 e é candidato à Presidência em 2022. Na pesquisa Genial/Quaest mais recente, o ex-prefeito de BH chega a ultrapassar Zema quando tem o nome associado ao ex-presidente.
Contudo, Kalil tem como desafio ganhar popularidade no interior de Minas. Esse é justamente um dos trunfos de Zema, tido como maior rival no pleito deste ano. Na terça-feira, Kalil participará da inauguração do comitê de campanha em Belo Horizonte. O local também deve ser a “base” das movimentações eleitoreiras de Lula na capital de Minas Gerais e no restante do estado.
O vice na chapa de Kalil é o deputado estadual mineiro André Quintão (PT). Já o senador Alexandre Silveira (PSD) tentará reeleição como aliado de Kalil.
Carlos Viana
Senador por Minas eleito em 2018, Carlos Viana (PL) é o terceiro nome na disputa segundo os levantamentos: tem 6% na última Genial/Quaest, registrada sob o código MG-09990/2022 e BR-08299/2022. Viana é outro que vai para a terceira disputa política da vida: disputou também o cargo de vereador belo-horizontino em 2004, mas não foi eleito.
Em 2018, Viana surpreendeu e bateu figuras como Dilma Rousseff (PT), presidente do Brasil entre 2011 e 2016, para se eleger. A intenção é a mesma em 2022: surpreender e incomodar tanto Zema quanto Kalil na disputa.
Para isso, o senador conta com o apoio de Bolsonaro na disputa em Minas. Esse é outro motivo para a candidatura de Viana: impulsionar a figura do presidente pelo estado mineiro, o segundo maior colégio eleitoral do país com 16.290.870 eleitores, de acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Na terça-feira, o senador (com mandato até 2026) estará em Juiz de Fora, cidade da Zona da Mata Mineira. Ele acompanhará Jair Bolsonaro, que vai lançar a campanha para reeleição. Em setembro de 2018, Bolsonaro foi alvo de uma facada durante ato político no município, o que motivou o lançamento no local.
Coronel Wanderley (PL), estreante em disputas eleitorais, compõe a chapa como vice. Já o deputado estadual mineiro Cleitinho (PSC) é o nome ao Senado, mesmo com o PSC apoiando Romeu Zema na disputa em Minas.
Outras candidaturas
Os demais candidatos, todos com 2% ou menos na última pesquisa Genial/Quaest, correm por fora na disputa. O nome de Marcus Pestana chama atenção pelo fato de levar o PSDB para a corrida ao governo de Minas.
De 2014 a 1995, foram quatro governadores, sendo três do PSDB: Eduardo Azeredo, Aécio Neves e Antonio Anastasia. Aécio, inclusive, avaliou sair como candidato ao Senado na chapa com Pestana, mas o vereador belo-horizontino Bruno Miranda (PDT) foi o nome escolhido.
O vice na chapa de Pestana também levantou debate. Paulo Brant (PSDB), atual vice-governador, foi o nome definido. A escolha gerou um mal-estar no governo de Minas, com direito a exoneração na última semana de 23 dos 26 servidores diretamente ligados à vice-governança.
O pleito deste ano vai eleger: presidente da República; governadores; senadores; deputados federais; e deputados estaduais. Ao Senado, Sara Azevedo (Psol), Dirlene Marques (PSTU), Naomi Coura (PCO), Pastor Altamiro Alves (PTB) e Irani Gomes (PRTB) são nomes na disputa por Minas. As eleições ocorrem em 2 de outubro. Caso seja necessário um segundo turno, válido para presidente e governador, ele ocorrerá no dia 30 do mesmo mês.