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Estado de Minas ELEIÇÕES

Bolsonaro e Lula devem ter primeiro encontro em posse de Moraes no TSE

Adversários na corrida presidencial são aguardados em Brasília nesta terça-feira (16/8). Outros candidatos e ex-presidentes também vão comparecer ao evento


15/08/2022 16:16 - atualizado 15/08/2022 17:21

Montagem das fotos de Bolsonaro e Lula
Bolsonaro e Lula começarão suas campanhas nesta terça-feira (16/8) (foto: Mauro Pimentel/AFP e Evaristo Sá/AFP)

Principais adversários na disputa pelo Planalto, o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva devem ter, nesta terça-feira (16/8), o primeiro encontro durante o período de campanha. Ambos são aguardados na cerimônia de posse do ministro Alexandre de Moraes como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. 
 
A cerimônia deve contar com cerca de 2 mil pessoas, de acordo com o TSE. O ministro do Supremo tribula Federal (STF) assume o comando da Corte Eleitoral no lugar de Edson Fachin, que ocupa o posto desde fevereiro. O mandato será de dois anos. 

Além de Bolsonaro e Lula, a senadora Simone Tebet (MDB) é aguardada na posse. Todos os ex-presidentes foram convidados, entre eles José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso, Dilma Rousseff e Michel Temer. Por problemas de saúde, porém, FHC, presidente de honra do PSDB, não vai à capital federal.

O convite a Bolsonaro foi feito pessoalmente por Alexandre de Moraes, numa tentativa de aproximação entre o Planalto e o Supremo. Nos últimos meses, o presidente e seus apoiadores vêm atacando o TSE, colocando em xeque a confiança no voto eletrônico e defendendo o voto auditável. Por várias vezes, afirmou que não aceitará uma eventual derrota nas eleições presidenciais de outubro. 

Bolsonaro indicou que estará presente na posse de Moraes, apesar dos recentes atritos com o ministro. A tensão entre eles teve início ainda em 2019 com a abertura do inquérito das fake news contra o presidente. Em seguida, em discurso na manifestação de 7 de setembro do ano passado, em São Paulo, Bolsonaro fez críticas direcionadas a Moraes.
 
"Não vamos mais admitir que pessoas como Alexandre de Moraes continuem a açoitar a nossa democracia e desrespeitar a nossa Constitução. Ele teve toda as oportunidades para agir com respeito para todos nós, mas não agiu dessa maneira como continua não agindo", afirmou. "Ou o ministro se enquadra ou ele pede para sair", completou o presidente.
 
 
Neste ano, eles tiveram novo atrito quando o deputado Daniel Silveira foi condenado a oito anos e nove meses de prisão pelos ataques promovidos contra os ministros da Corte, numa ação que teve Moraes como relator. Bolsonaro concedeu indulto ao parlamentar, livrando-o da condenação. 

Nesta terça-feira, o presidente lançará oficialmente em Juiz de Fora sua campanha para buscar a reeleição e em seguida embarca para a capital federal. O dia da posse de Moraes também é o começo oficial da corrida rumo ao Planalto. Os candidatos poderão pedir voto explicitamente.

Campanha em São Paulo

Por sua vez, Lula também é esperado à tarde em Brasília. A assessoria do ex-presidente confirmou que ele estará no evento. Antes, visitará a fábrica da MWM Motores e Geradores, em São Paulo, e a fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo, em seu primeiro ato oficial de campanha. 

Além de fortalecer sua imagem no evento, o petista quer transmitir uma mensagem de valorização institucional na posse de Moraes. Em julho, o petista contou com uma decisão do ministro para remover um conteúdo divulgado no YouTube em que faz campanha negativa contra a imagem do ex-presidente. A representação foi ajuizada pelo PT contra os responsáveis por canais bolsonaristas, que sugeriram uma associação entre Lula e a organização criminosa Primeiro Comando Capital (PCC) e a relação deles com sequestro e assassinato do prefeito Celso Daniel, em 2002. 

Na decisão, Moraes destacou que liberdade de expressão não pode ser confundida com liberdade de agressão e nem de destruição da democracia, das instituições e da dignidade e honra alheias.

Guerra de vídeos


Por outro lado, na quarta-feira passada (10/8), o TSE mandou o YouTube tirar do ar, no prazo de 24 horas, vídeos que mostram que, em 20 de julho, em Garanhuns (PE), Lula teria praticado propaganda eleitoral antecipada negativa por ofensa à honra de Bolsonaro, o chamando de genocida. Tal imputação pode configurar, em tese, crime de calúnia, injúria ou difamação.

A ordem de remoção atinge sete transmissões e retransmissões do discurso, incluindo a que foi publicada por canais do PT e por alguns veículos de imprensa.A decisão liminar (provisória) atende a pedido do PL, partido pelo qual Bolsonaro disputa a reeleição. 


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