Candidato à presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL) na noite desta segunda-feira (15/8). Em entrevista ao "Roda Viva", da TV Cultura, o presidenciável falou a respeito da polarização que envolve as eleições deste ano e afirmou que o brasileiro votou em Bolsonaro em 2018 por uma mágoa gerada pelos escândalos de corrupção protagonizados pelo PT.
Segundo Ciro, o atual chefe do Executivo não apresentou, na eleição passada, proposta alguma que o levasse ao comando do país.
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Cira ainda questionou se é razoável que o brasileiro coloque Bolsonaro novamente no poder, já que existe uma “frustração diante da enganação geral” que o presidente representa. “Será que é razoável diante da corrupção orgânica que Bolsonaro representa, da falta de educação, da antessala do fascismo que o Bolsonaro representa, a solução para o Brasil seja voltar ao sistema que deu causa a ele? Eu francamente acho que o Brasil não aguenta mais isso”, afirmou.
“Sou candidato porque é necessário”
Diante de um cenário onde Lula e Bolsonaro aparecem, segundo as pesquisas eleitorais, como favoritos, Ciro se coloca como “fiel à balança” e garante que existe um eleitorado contrário aos dois nomes que precisa ser conquistado.
“Há um universo de eleitores para ser buscado que, é claro, é difícil, penoso, complicado, mas é perfeitamente praticável. E eu não sou candidato porque é fácil, eu sou candidato porque é necessário. O Brasil não aguenta mais”, garantiu.
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De acordo com o presidenciável, as pesquisas apontam que boa parte dos eleitores preferem uma opção que não seja o Lula ou o Bolsonaro. “Apesar de toda forçação de barra, ao redor de 30% do eleitorado brasileiro não quer isso. Quando você pergunta explicitamente, isso sobe para 40%”, disse Ciro.
O político ainda falou que essa polarização não é “cristalizada” como dizem os “editoriais, os analistas”. Ciro acredita que as pesquisas que mostram Lula e Bolsonaro como os favoritos ao pleito de outubro retratam “um momento”.
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“Quando a gente olha a pesquisa, a gente tem que entender ela como retrato, e a vida é filme. Então, em primeiro lugar, as pesquisas representam um momento e o momento brasileiro são dois presidentes extremamente vistosos, figurantes”, afirmou.
“Bolsonaro fala bobagem aos milhões por dia. O Lula é o candidato desde 1989 em todas as eleições por si ou quando botou alguém, esse alguém foi com a máscara dele. Desde 89, é uma coisa pitoresca de imaginar, que o mundo progressista brasileiro só tenha um líder. Então é absolutamente natural que sejam absolutamente notórios, todo mundo tem opinião sobre os dois, todo mundo odeia, todo mundo ama”, opinou.
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Ciro é o segundo entrevistado de uma série de entrevistas promovida pelo programa "Roda Viva", da TV Cultura, com os quatro pré-candidatos com maior intenção de votos registrados pela pesquisa Datafolha de 28 de julho. Simone Tebet (MDB) foi a primeira a enfrentar a sabatina, em 8 de agosto.