Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES 2022

Bolsonaro não aplaude defesa de Moraes das urnas eletrônicas

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que tomou posse no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta terça-feira (16/8), fortaleceu a confiança das urnas eletrônicas em seu discurso. Ele foi aplaudido pelo público presente na cerimônia, exceto pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que possui várias declarações contra o sistema eleitoral brasileiro.





Moraes iniciou o discurso cumprimentando Bolsonaro e o agradeceu pelo comparecimento. Em seguida, o ministro reforçou que o Brasil é “a única democracia do mundo que apura e divulga os resultados eleitorais no mesmo dia com agilidade, segurança, competência e transparência”. Ele acrescentou: “Isso é motivo de orgulho nacional”. 
 

 
Logo depois, recebeu aplausos da plateia, incluindo os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) e José Sarney. Por outro lado, Bolsonaro permaneceu imóvel e sem esboçar nenhuma reação à declaração.

“A Justiça Eleitoral atua com competência e transparência honrando sua histórica vocação de concretizar a democracia e a autêntica coragem para lutar contra as forças que não acreditavam no estado democrático de direito e pretendiam, à época de sua instalação, continuar capturando a vontade soberana do povo, desvirtuando os votos que eram colocados nas urnas”, disse Moraes, se referindo ao voto impresso, utilizado antigamente.




 

Ele continuou: “Aqueles aqui presentes, que, como eu, atuaram na Justiça Eleitoral, sabem do que estou falando, do desvirtuamento nas urnas, dos votos riscados, da caneta que se colocava no punho. A Justiça Eleitoral com coragem, competência e transparência simplesmente encerrou essa nefasta fase da democracia brasileira”.

Após o discurso, Moraes e Bolsonaro saíram juntos do Plenário da Corte, do TSE. 
 
 

Bolsonaro ataca urnas eletrônicas

Vale ressaltar que, diante do discurso de Moraes, Bolsonaro tem adotado uma postura contrária referente ao sistema eleitoral brasileiro. O mais recente ataque às urnas eletrônicas, reuniu embaixadores de vários países no Palácio do Alvorada, no último dia 19 de julho, para afirmar que houve fraude nas eleições de 2014 e 2018. 
 

Bolsonaro então citou o inquérito aberto pela Polícia Federal em 2018, na Superintendência Regional do Distrito Federal, após ser acionada pelo TSE.




 
A motivação foi a suposta invasão de um hacker ao Sistema Gerenciador de Dados, Aplicativos e Interface com a Urna Eletrônica (GEDAI-UE) — aplicativo que permite a instalação na urna das listas com os nomes e dados dos candidatos, junto com o software do sistema de votação, além de registrar a presença dos eleitores —, e ainda o acesso a documentos sigilosos do Tribunal Superior Eleitoral.
 
O inquérito mostra que foram adotadas diligências diferentes pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal para a investigação do caso, mas não há conclusão ou suspeita de que as urnas eletrônicas tenham sido comprometidas. Desde o início do voto eletrônico no Brasil, em 1996, nenhum caso de fraude foi identificado e comprovado.
 

Em outra alegação sem provas, disse que dezenas de vídeos das eleições de 2018 mostram que o eleitor “ia votar em 17 do Bolsonaro e não conseguia votar. Ia apertar o 7 não conseguia. Aparecia o 3”, emendou em referência ao 13 de Lula.
 
Bolsonaro então repetiu críticas a ministros do TSE e do STF, afirmando que Barroso e Fachin “começaram a andar pelo mundo atacando-o” e que Fachin foi o responsável por “soltar Lula” e Barroso.