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Estado de Minas ELEIÇÕES 2022

Bolsonaro não aplaude defesa de Moraes das urnas eletrônicas

Ministro do STF, que tomou posse no TSE nesta terça-feira (16/8), discursou em defesa do sistema eleitoral brasileiro


16/08/2022 22:10 - atualizado 16/08/2022 23:19

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que tomou posse no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta terça-feira (16/8), fortaleceu a confiança das urnas eletrônicas em seu discurso. Ele foi aplaudido pelo público presente na cerimônia, exceto pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que possui várias declarações contra o sistema eleitoral brasileiro.

Moraes iniciou o discurso cumprimentando Bolsonaro e o agradeceu pelo comparecimento. Em seguida, o ministro reforçou que o Brasil é “a única democracia do mundo que apura e divulga os resultados eleitorais no mesmo dia com agilidade, segurança, competência e transparência”. Ele acrescentou: “Isso é motivo de orgulho nacional”. 
 

Ver galeria . 20 Fotos Políticos e juristas marcam presença na posse de Alexandre de Moraes como novo presidente do TSEAntonio Augusto/Secom/TSE
Políticos e juristas marcam presença na posse de Alexandre de Moraes como novo presidente do TSE (foto: Antonio Augusto/Secom/TSE )
 
Logo depois, recebeu aplausos da plateia, incluindo os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) e José Sarney. Por outro lado, Bolsonaro permaneceu imóvel e sem esboçar nenhuma reação à declaração.

“A Justiça Eleitoral atua com competência e transparência honrando sua histórica vocação de concretizar a democracia e a autêntica coragem para lutar contra as forças que não acreditavam no estado democrático de direito e pretendiam, à época de sua instalação, continuar capturando a vontade soberana do povo, desvirtuando os votos que eram colocados nas urnas”, disse Moraes, se referindo ao voto impresso, utilizado antigamente.
 

Ele continuou: “Aqueles aqui presentes, que, como eu, atuaram na Justiça Eleitoral, sabem do que estou falando, do desvirtuamento nas urnas, dos votos riscados, da caneta que se colocava no punho. A Justiça Eleitoral com coragem, competência e transparência simplesmente encerrou essa nefasta fase da democracia brasileira”.

Após o discurso, Moraes e Bolsonaro saíram juntos do Plenário da Corte, do TSE. 
 
Montagem: Alexandre de Moraes x Bolsonaro
Alexandre de Moraes e Bolsonaro em posse do TSE, nesta terça-feira (16/8), em Brasília (foto: Antonio Augusto/Secom/TSE)
 

Bolsonaro ataca urnas eletrônicas

Vale ressaltar que, diante do discurso de Moraes, Bolsonaro tem adotado uma postura contrária referente ao sistema eleitoral brasileiro. O mais recente ataque às urnas eletrônicas, reuniu embaixadores de vários países no Palácio do Alvorada, no último dia 19 de julho, para afirmar que houve fraude nas eleições de 2014 e 2018. 
 

Bolsonaro então citou o inquérito aberto pela Polícia Federal em 2018, na Superintendência Regional do Distrito Federal, após ser acionada pelo TSE.
 
A motivação foi a suposta invasão de um hacker ao Sistema Gerenciador de Dados, Aplicativos e Interface com a Urna Eletrônica (GEDAI-UE) — aplicativo que permite a instalação na urna das listas com os nomes e dados dos candidatos, junto com o software do sistema de votação, além de registrar a presença dos eleitores —, e ainda o acesso a documentos sigilosos do Tribunal Superior Eleitoral.
 
O inquérito mostra que foram adotadas diligências diferentes pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal para a investigação do caso, mas não há conclusão ou suspeita de que as urnas eletrônicas tenham sido comprometidas. Desde o início do voto eletrônico no Brasil, em 1996, nenhum caso de fraude foi identificado e comprovado.
 

Em outra alegação sem provas, disse que dezenas de vídeos das eleições de 2018 mostram que o eleitor “ia votar em 17 do Bolsonaro e não conseguia votar. Ia apertar o 7 não conseguia. Aparecia o 3”, emendou em referência ao 13 de Lula.
 
Bolsonaro então repetiu críticas a ministros do TSE e do STF, afirmando que Barroso e Fachin “começaram a andar pelo mundo atacando-o” e que Fachin foi o responsável por “soltar Lula” e Barroso.


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