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Estado de Minas EXÉRCITO

Morre, aos 87 anos, o major Curió, que combateu a Guerrilha do Araguaia

Curió era agente do Centro de Inteligência do Exército, o antigo CIE, quando passou a atuar contra movimentos armados de oposição ao regime militar


17/08/2022 12:12 - atualizado 17/08/2022 14:28
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Curió e Bolsonaro
O combatente estava internado em um hospital de Brasília, e morreu após uma múltipla falência de órgãos. (foto: Presidência da República / Reprodução)

 

Morreu na madrugada desta quarta-feira (17/8), aos 87 anos, o tenente-coronel Sebastião Rodrigues de Moura, mais conhecido como Major Curió. Ele se tornou uma das figuras mais emblemáticas na repressão à Guerrilha do Araguaia, um dos principais movimentos de resistência armada à ditadura militar no Brasil, que agia entre o norte do Pará e sudeste do Toacntins.

Mineiro de São Sebastião do Paraíso, o agente da reserva estava internado em um hospital de Brasília e morreu devido a múltipla falência de órgãos. 

Ditadura militar 

Em entrevistas, o militar reconheceu e apresentou documentos que indicaram a execução de 41 militantes da Guerrilha do Araguaia. quando eles já estavam presos e sem condições de reação. Ele também foi ex-agente do Centro de Inteligência do Exército (antigo CIE) e foi denunciado por crimes como sequestro, assassinato, tortura e ocultação de cadáver. 

Nos anos 80, Curió atuou na Serra Pelada no Pará, conduzindo a atividade dos garimpeiros na região, local onde o exército monitorava as atividades de venda de ouro. Os garimpeiros tiveram de entregar suas armas ao Exército e só podiam vender o que retiraram de lá num posto da Caixa Econômica Federal instalado no local.

Carreira Política  

Em 1984, Curió tornou-se deputado federal pelo PDS, cumprindo apenas um mandato. Já em 1990, voltou à política e revelou uma conversa por telefone com o empresário PC Farias, denunciando doações para a campanha do ex-presidente Fernando Collor.

 

Curió ajudou a fundar uma cidade no sul do Pará, Curionópolis, município desmembrado de Marabá. Foi eleito prefeito da cidade em 2000. 

 

O major vivia em Brasília há cinco anos e teve encontros com o presidente Jair Bolsonaro (PL) no Palácio do Planalto. Na época, seus feitos durante o regime militar foram exaltados, como ações que ajudaram o Brasil a não cair no "totalitarismo socialista".  

Acusação de homicídio 

Em 1993, Curió foi acusado de homicídio do menor Laércio Xavier da Silva e lesão corporal de Leonardo Xavier, jovens infratores, em uma chácara em Sobradinho, no Distrito Federal. Porém, foi absolvido em 2009, alegando que não teve a intenção de matar.

 

O corpo de Curió será enterrado com farda e boina de Guerra na Selva. 

 

*Estagiária sob supervisão do editor Benny Cohen

 

 

 

 


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