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Estado de Minas ARTICULAÇÃO

Divinópolis: líderes pedem suspensão de CPIs durante período eleitoral

Pedido é visto como manobra para protelar CPI da Educação; vereadores alegam que medida é para evitar "contaminação política"


19/08/2022 16:57 - atualizado 19/08/2022 17:14

Câmara de Divinópolis
Uma das oitivas da CPI da Educação realizada na Câmara de Divinópolis (foto: Divulgação/Câmara de Divinópolis)
Com o relatório da mais polêmica Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, prestes a ser apresentado, vereadores articularam um Colégio de Líderes para suspendê-la durante o período eleitoral. A CPI apura gastos com a Secretaria Municipal de Educação (Semed) em dezembro do ano passado.
 
Os oito líderes de partidos alegam que a medida é para evitar questionamentos "jurídicos e políticos" e "contaminação política". Dos 17 vereadores, quatro são candidatos a deputado estadual e um a federal. 

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Integram o Colégio de Líderes Rodrigo Kaboja (PSD), Ana Paula do Quintino (PSC), Israel da Farmácia (PDT), Flávio Marra (Patriota), Rodyson do Zé Milton (PV), Ney Burguer (PSB), Eduardo Azevedo (PSC) e o presidente da Câmara, Eduardo Print Jr. (PSDB).

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CPI da Educação


A CPI da Educação do município vai definir se paralisará os trabalhos na segunda-feira (22/8). Em meio à pressão popular, o presidente, o vereador Josafá Anderson (Cidadania), antecipou que colocará em votação como “ato democrático”.

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“Este vereador não faz da presidência palanque eleitoral e nem maneira de prejudicar as pessoas. Não estou aqui para prejudicar e nem acoitar ninguém”, afirmou Josafá, que é candidato a deputado estadual.

O relatório final da CPI está previsto para ser apresentado na quarta-feira (24/8). “Estamos no final da CPI. Por que vamos cruzar os braços agora e esperar mais dois meses? Por que não conhecer o que foi apurado, doa a quem doer? Que arquem com as consequências”, indagou.

Dentre as suspeitas, está a de superfaturamento nas compras, que chegam a quase R$ 15 milhões.

Para a relatora da CPI, Lohanna França, o Colégio de Líderes foi uma manobra para protelar a CPI. “A verdade é que o governo mobilizou toda a tropa para parar a CPI, e isso é de ter vergonha”, acusou a parlamentar, que também disputa uma cadeira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Kaboja e Ana Paula do Quintino também integram a CPI. Ambos assinaram para a formação do Colégio de Líderes.


Outras CPIs


O pedido se estende às outras duas comissões em vigência. A que investiga a destinação de emendas do deputado federal Léo Motta (PSL) ao Complexo de Saúde São João de Deus (CSSJD), confirmou, nesta quinta-feira (18/8), que só retornará os trabalhos em outubro, mesmo com a orientação contrária da assessoria jurídica. O prazo para apresentação do relatório final já se esgotou.

Colocada em votação entre os membros, dois foram a favor da suspensão: os vereadores Israel da Farmácia (PDT) e Eduardo Azevedo. Ambos integram o Colégio de Líderes. 

Citando que dois membros da CPI são postulantes nas eleições deste ano, ele e Lohanna, Azevedo disse que a decisão é para dar “mais transparência”.

“Para que o processo eleitoral corra com lisura, sem interferência nenhuma, para que isso não seja usado como palanque eleitoral, decidimos suspender até 3 de outubro”, argumentou. A única a votar contra foi a vereadora Lohanna França. 

A CPI que apura gastos com segurança privada nas obras do Hospital Público Regional ainda não definiu a suspensão. A assessoria jurídica disse que, no entendimento dela, é necessário que haja a publicação de uma portaria pelo presidente da Casa formalizando o ato.

*Amanda Quintiliano especial para o EM


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