O presidente Jair Bolsonaro (PL) aproveitou a solenidade de instalação do Tribunal Regional Federal da 6° Região (TRF-6), nesta sexta-feira (19/8), para, indiretamente, pedir o apoio eleitoral dos presentes ao evento.
Em rápido discurso durante a cerimônia, ocorrida no Palácio das Artes, no Centro da capital mineira, Bolsonaro afirmou querer que Deus "ilumine" os espectadores da sessão em 2 de outubro, data do primeiro turno da eleição.
Em rápido discurso durante a cerimônia, ocorrida no Palácio das Artes, no Centro da capital mineira, Bolsonaro afirmou querer que Deus "ilumine" os espectadores da sessão em 2 de outubro, data do primeiro turno da eleição.
instalação do TRF-6) e pedir a Deus que ilumine a todos vocês daqui a aproximadamente 50 dias, onde estaremos decidindo o que nós queremos para nosso Brasil", disse.
"Quero agradecer a todos por esse momento, parabenizar Minas Gerais (pela A declaração foi dada um dia após Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder das pesquisas sobre a disputa presidencial, reunir milhares de pessoas para um comício na Praça da Estação, também no centro belo-horizontino.
'Somos conterrâneos'
"É uma satisfação muito grande retornar ao estado ao qual eu renasci. Minas Gerais e os mineiros moram no meu coração. Somos conterrâneos", falou.
Ele falou que recebeu uma "segunda vida" em Minas Gerais e voltou a se queixar da rotina presidencial. "Agradeço a Deus por essa oportunidade, pela minha segunda vida e pela missão de ser presidente da República, prezado (Luiz) Fux, que não é fácil, e vossa excelência muito bem sabe disso. Mas temos muita gente ao nosso lado, todos os poderes para nos ajudar a fazer um Brasil melhor para todos nós", disse.
Logo após discursar, Bolsonaro deixou a cerimônia no Palácio das Artes. Ele se justificou alegando ter compromissos em São José dos Campos (SP) e Resende (RJ).
Presidente da República celebra novo tribunal
A lei que cria o TRF-6 precisou ser sancionada por Bolsonaro. Dezoito desembargadores vão compor a corte, que se debruçará sobre os processos oriundos de Minas Gerais que correm na Justiça Federal. Antes do aval presidencial, o texto foi aprovado duas vezes no Congresso Nacional: primeiro, em 2020, veio o "sim" da Câmara dos Deputados; em setembro último, o Senado ratificou a ideia.
"(Foi) um trabalho longo, difícil. No meio do caminho tínhamos uma pandemia. Um Congresso não presente, trabalhando em grande parte de forma virtual", recordou Bolsonaro.
O presidente afirmou ter consultado a Secretaria de Assuntos Jurídicos da Presidência e o ministro Humberto Martins, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), para reunir as garantias necessárias a fim de embasar a sanção. "Se eu veto ou sanciono algo em desacordo com a lei, eu respondo até criminalmente", explicou.
Bolsonaro foi o responsável por nomear os 18 desembargadores do TRF-6. Parte dos componentes foi diretamente indicada pelo Palácio do Planalto. "É sempre difícil a gente decidir, em especial porque eram excelentes nomes de cada uma das listas que chegaram à minha mesa. Mas quis o destino, quis Deus que nos iluminasse e indicássemos vocês jovens desembargadores para esse jovem TRF-6", declarou.
"Tenho certeza, com paz no coração, com fé e com muito amor, que os senhores distribuição justiça para todos no nosso Brasil", completou.
Fux também comemora nova corte
Citado por Bolsonaro no pronunciamento, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux (STF), também participou da sessão que empossou os desembargadores do TRF-6. Segundo o magistrado, a criação do tribunal garante a "igualdade de acesso à Justiça".
"O verdadeiro legado da vida pública reside na capacidade de erguer pontes e unir esforços em prol do desenvolvimento nacional e da construção de um grande país, justo e fraterno", defendeu.
Fux citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek, nascido em Minas, e elogiou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). De acordo com ele, Pacheco se inspira em JK. Mais cedo, o presidente do Supremo participou, também em BH, de uma reunião com integrantes do governo mineiro sobre o acordo judicial de Mariana - que trata da reparação dos impactos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em 2015.