O presidente Jair Bolsonaro (PL) avaliou, nesta sexta-feira (19/8), que todos os seus comentários durante a pandemia de COVID-19 foram corretos. Ele culpou prefeitos e governadores pela crise na economia que o país enfrenta e chegou a citar, sem provas, que as pessoas estão se suicidando nas estradas.
De acordo com o presidente, a economia está em crise no país por culpa de governantes que indicaram o isolamento social nos últimos anos. “A questão da economia não é consequência da pandemia. É consequência de muitos governos e prefeitos que aplicaram aquela política: ‘fique em casa, que a economia a gente vê depois’. Veio o reflexo, bateu ano passado o reflexo mais forte”, disse, em entrevista à Rádio 98.
Ele contou que, durante esse período, criou o auxílio emergencial e beneficiou a população, apesar de não ter tido muito controle da situação. “A Justiça tirou de mim o comando da pandemia, que ficou a cargo de cada governador de fazer sua política; cada prefeito podia até agravar a política daquele governador. Isso quase levou ao caos na economia, imagina se não tivesse criado, em poucas semanas, o auxílio emergencial”, afirmou.
“Essas 78 milhões de pessoas que trabalhavam na informalidade, sem ganhar nada em casa, em poucos dias iriam para as ruas fazer coisas que não queriam fazer, como, por exemplo, invasão em supermercado. Evitamos isso”, acrescentou.
O chefe do Executivo também disse ter evitado uma “tragédia no desemprego” . “Logo depois, no primeiro momento, o lockdown seria para achatar a curva, que seria de 15 dias, um mês, e durou um ano. O reflexo na economia foi enorme. Nós evitamos uma tragédia no desemprego em 2020, quando evitamos que 12 milhões de pessoas perdessem o emprego. Infelizmente muitos governadores apostaram que, com a população ficando dentro de casa, o vírus iria embora”, declarou.
“Ouso dizer que não errei nada do que falei durante a pandemia”, disse ele.
Vale lembrar que Bolsonaro foi contra as autoridades sanitárias do país e incentivou as pessoas a saírem de casa durante o isolamento, menosprezou o poder das vacinas e criticou o uso de máscaras, inclusive saindo no meio de apoiadores sem proteção.
Vale lembrar que Bolsonaro foi contra as autoridades sanitárias do país e incentivou as pessoas a saírem de casa durante o isolamento, menosprezou o poder das vacinas e criticou o uso de máscaras, inclusive saindo no meio de apoiadores sem proteção.
Bolsonaro cita aumento de suicídio
Bolsonaro chegou a citar que as pessoas começaram a entrar em depressão. “No fim de 2020, num posto da Polícia Rodoviária Federal aqui em Minas, perguntei: ‘Como estão as mortes por atropelamento? Eles falaram: ‘Presidente, quase que quadruplicaram. A gente não sabe se a pessoa se matou, foi acidente ou estava embriagado’. Mas o número cresce tanto, tem a ver com a depressão”, disse.
Ele citou um exemplo: “Imagina um homem e uma mulher, que sustentam uma família, que vendiam churrasquinho na praça, uma água no sinal, um picolé na arquibancada em um jogo de futebol... Perderam tudo. Não tinha mais. Essas pessoas, cada vez mais, entram em desespero, ainda mais que muitos governadores tiveram a petulância de fecharem igrejas, que não se fecham nem em tempo de guerra.”
De acordo com o presidente, governadores e prefeitos puderam fazer mais do que ele durante a pandemia. “Tiveram poderes muito maiores do que eu teria em um hipotético estado de sítio”, ressaltou.
“Eu podia ficar muito bem dentro do Palácio do Alvorada, com três andares, e tem tudo que você imaginar lá dentro. Mas eu tinha que estar no meio do povo, fui na periferia de Brasília, em locais mais humildes com a população. Entrava na casa das pessoas sem máscara, para deixar bem claro, porque é outro tabu que vai cair brevemente aí, então nós fizemos nossa parte no tocante a isso”, concluiu.