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Estado de Minas PODER JUDICIÁRIO

Mônica Sifuentes: 'É simbólico que o TRF-6 nasça presidido por uma mulher'

Oriunda do TRF-1, desembargadora vai liderar os trabalhos da nova corte federal, que funcionará em BH e foi instalada nesta sexta-feira (19/8)


19/08/2022 20:53 - atualizado 19/08/2022 21:25

A desembargadora Mônica Sifuentes
Mônica Sifuentes foi eleita presidente do TRF-6 (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press - 19/8/22)
A desembargadora Mônica Sifuentes, que tomou posse, nesta sexta-feira (19/8), como presidente do recém-criado Tribunal Regional Federal da 6° Região (TRF-6), classificou como "altamente simbólico" o fato de a corte surgir com uma mulher no comando.

Durante a cerimônia de instalação do tribunal, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, a magistrada prometeu trabalhar para garantir que a população tenha "esperança e fé" no Poder Judiciário.

"Considero altamente simbólico que esse tribunal nasça presidido por uma mulher. Agradeço a Deus pela oportunidade de ser eu a encarnar a figura feminina neste momento histórico em que apenas uma mulher tem a honra de falar", disse, em menção à composição majoritariamente masculina da lista de oradores da solenidade.

Além de Sifuentes, empunharam o microfone figuras como Jair Bolsonaro (PL), presidente da República, Humberto Martins, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal, e o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que preside o Congresso Nacional.

A magistrada citou a Constituição Federal para pregar a defesa da igualdade.

"Gostaria que não apenas todas as juízas, promotoras, procuradoras, advogadas, servidoras e profissionais do direito se sentissem aqui representadas. Gostaria também que se sentissem representadas todas as mulheres que, hoje, ainda lutam por espaço de valorização de seu trabalho e por respeito igualitário ao ser humano - qualquer que seja seu gênero, opção sexual ou política, raça, cor, credo ou crença, tal como estabelece o documento que todos juramos cumprir: a Constituição da República Federativa do Brasil", falou.

Sifuentes integrava o Tribunal Regional Federal da 1° Região (TRF-1) desde 2010, mas pediu remoção para estar na nova corte, que funcionará no prédio belo-horizontino da Justiça Federal.

A atuação profissional da desembargadora inclui passagem pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), designação como presidente do Tribunal Regional Eleitoral do estado (TRE-MG) e atuação como Juíza de Ligação no Brasil para a Conferência da Haia de Direito Internacional Privado. Dezessete outros magistrados atuarão no Tribunal da 6º Região.

Presidente quer resgatar a 'fé' do povo no Judiciário

Durante a cerimônia, Mônica Sifuentes comentou sobre os princípios que vão nortear o TRF-6. Demanda antiga de Minas Gerais, a corte nasce com o objetivo de dar celeridade aos processos oriundos do estado que tramitam na Justiça Federal. Historicamente, essas peças eram analisadas pelo TRF-1, em Brasília (DF).

"Assumiremos o compromisso de criar um tribunal que traga não apenas um serviço judicial de qualidade, mas, sobretudo - e mais importante que tudo - que restabeleça nas populações mineira e brasileira a esperança e a fé na Justiça. O TRF-6 não é apenas dos mineiros; ele foi criado em Minas Gerais, para Minas Gerais, mas é, também, um tribunal primordialmente para o Brasil", sustentou.

A magistrada falou, ainda, a respeito da necessidade de universalizar o acesso à Justiça. "Nossa real missão como magistrados se resume na pacificação dos conflitos, na delicada tarefa de contribuir com nosso trabalho para a busca da paz e da felicidade comum, que somente será plena e verdadeira quando for acessível a todos", disse.


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