O presidente Jair Bolsonaro (PL) será o primeiro entrevistado da rodada de sabatinas do Jornal Nacional com os candidatos ao Palácio do Planalto. A entrevista está marcada para amanhã (22/08). Após a emissora dizer que o mandatário não participaria da série de entrevistas, a equipe do presidente confirmou sua presença.
Em 2018, quando ainda era candidato à presidência pelo PSL, Bolsonaro já era um crítico assumido da Globo. O então deputado federal esteve nos estúdios do Jornal Nacional em agosto daquele ano e foi entrevistado por 27 minutos.
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O salário da apresentadora do telejornal, Renata Vasconcellos, também foi um dos tópicos abordados. Quando esse assunto surgiu, Renata e Bolsonaro esboçaram uma discussão rápida em relação ao salário dela e de William Bonner, que é chefe da apresentadora, apesar de trabalharem à frente do jornal.
Relembre as principais partes da última entrevista de Jair Bolsonaro ao Jornal Nacional
Discussão com Renata Vasconcellos
Ao ser perguntado sobre o que faria para reduzir a desigualdade salarial entre homens e mulheres no Brasil, Bolsonaro questionou o valor do salário de Renata Vasconcellos. O então candidato afirmou que o salário de William Bonner era maior que o da jornalista, apesar de serem co-apresentadores do telejornal.
"Eu estou vendo aqui uma senhora e um senhor, eu não sei ao certo, mas com toda certeza há uma diferença salarial aqui, parece que é muito maior para ele do que para a senhora. São cargos semelhantes, semelhantes, são iguais...", afirmou Bolsonaro.
Neste momento, Renata interrompeu o presidente e respondeu a afirmação. “O meu salário não diz respeito a ninguém”, pontuou a jornalista. “Posso garantir ao senhor, que como mulher, não aceitaria receber salário menor que um homem”, completou.
Kit-gay
Outro tópico da sabatina foi em relação à notícia falsa do “kit-gay”. Bolsonaro divulgou que Fernando Haddad, então candidato do PT à presidência, teria inventado um “kit-gay" que seria distribuído nas escolas para as crianças. O ex-deputado federal mostrou um livro, que faria parte do kit-gay, e precisou ser interrompido por Bonner, porque esse ato era proibido pelas regras do programa.
"Nós temos uma regra, candidato, que eu estou relembrando, com os seus assessores, os candidatos não mostram documentos, eles não mostram papéis...", disse o jornalista. "Não, mas está aqui no livro, uma prova, isso daqui...", insistiu Bolsonaro. "Não é, candidato, posso lhe dizer, não é respeitoso", respondeu Bonner.
Globo e a ditadura militar
O ex-Capitão aproveitou a sabatina para reforçar suas críticas à TV Globo e ao fundador da emissora, Roberto Marinho. Ao falar sobre sua escolha como vice na época, Hamilton Mourão, que é general da reserva e seria uma “referência” para um militarismo no governo, Bolsonaro relembrou que Marinho defendeu a ditadura militar.
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"Eu fico com Roberto Marinho, o que ele declarou no dia 7 de outubro de 1984. (...) Repito a pergunta aqui: Roberto Marinho foi um ditador ou um democrata?", questionou Bolsonaro a Bonner.
Primeiro entrevistado em 2022
O Jornal Nacional entrevista nesta segunda-feira (22/08), o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição nas eleições de outubro. O mandatário abre a série de entrevistas do telejornal com os presidenciáveis e será entrevistado pelos apresentadores do JN, William Bonner e Renata Vasconcellos.
Os cinco candidatos melhores colocados na pesquisa divulgada pelo Datafolha de 28 de julho foram os convidados pelo Jornal Nacional: Lula, Bolsonaro, Ciro, Tebet e André Janones (Avante), que depois retirou a candidatura. Ciro Gomes (PDT) participará na terça (23); Lula na quinta (25); e Simone Tebet na sexta (26).
O sorteio que definiu as datas e a ordem das entrevistas foi realizado em 1º de agosto com representantes dos partidos.