Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES 2022

Bolsonaristas acompanham entrevista em telão: 'Cala a boca, Bonner'

Um posto de gasolina desativado, equipado com telão, foi transformado em comitê de campanha do presidente Jair Bolsonaro na noite desta segunda-feira (22/8), em Belo Horizonte. No local, diversos apoiadores do mandatário assistiram à entrevista que ele concedeu ao Jornal Nacional, da TV Globo. O clima era de torcida. 



Os bolsonaristas não economizaram ofensas ao apresentador William Bonner. Gritos de "lixo", "verme" e "cala a boca, Bonner" eram os que mais se ouviam. 

Ao longo de toda a sabatina, os eleitores do presidente questionaram a imparcialidade do jornalista com reações intempestivas. Especialmente no momento em que Bolsonaro afirmou que Bonner espalhava "fake news" ao lembrar que ele xingou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

O momento de maior tensão da plateia ocorreu quando Renata Vasconcellos mencionou a queda de quatro, dos cinco ministros que passaram pelo Ministério de Educação - Ricardo Velez Rodrigues, Abraham Weintraub, Carlos Decotelli e Milton Ribeiro. Este último, lembrou a apresentadora, caiu após a descoberta de um esquema de propinas pagas em barras de ouro a pastores de denominações evangélicas. 



"E o Lula?", argumentou um apoiador que acompanhava a sabatina pela TV. A resposta do presidenciável foi aplaudida. 

Correligionários

Políticos de Minas aliados de Bolsonaro também foram ao posto acompanhar a entrevista e se manifestaram. Cleitinho Azevedo (PSC), que busca uma vaga no senado por Minas Gerais, é um deles. "Talvez eu não fosse nem candidato se o presidente, lá em Brasília, não tivesse gritado e falado: ‘o meu candidato a senador é o Cleitinho, lá em Minas Gerais’", disse Azevedo à plateia.

"Ele me lembra muito (o rei) Davi, porque ninguém aqui é perfeito e Davi também não foi perfeito. E Davi era temente a Deus e o que mais me chama atenção no presidente é isso, ele é temente a deus. Quem é temente a Deus acerta muito mais do que erra", completou o candidato, que diz ter se convertido ao cristianismo em 2016.

Conservador, o candidato a deputado estadual Bruno Engler (PL-MG) não poupou críticas à Globo ao comentar a sabatina. "Nós vamos assistir uma máquina de mentiras chamada Rede Globo, que está todo dia na casa das pessoas achincalhando e mentindo sobre o nosso presidente Jair Bolsonaro", afirmou. 



O comitê improvisado contou também com a presença do senador Carlos Viana (PL), candidato ao governo de Minas. Ele empolgou o público ao dizer que "é um momento de unir os nossos esforços para reeleger o presidente Jair Messias Bolsonaro por mais quatro anos". Após a fala, o candidato foi embora do evento sem se despedir da militância bolsonarista. 

Educação

Antes do presidente surgir no telão, os militantes organizadores realizaram uma apresentação artisticas de crianças de uma escola da capital, afirmando que a instituição era perseguida por ter um viés conservador. No pequeno show, os estudantes cantaram uma versão de Hallelujah, de Leonard Cohen, em uma flauta transversal.  Os presentes só sabiam cantar uma única palavra do refrão: Hallelujah