À frente da parte belo-horizontina da agenda, estão o deputado estadual Bruno Engler e o vereador Nikolas Ferreira, que exerce mandato na capital - ambos são filiados ao PL. A atividade religiosa, por sua vez, cabe ao senador Carlos Viana, candidato dos liberais ao governo mineiro. Em Betim, Bolsonaro terá, também, uma reunião com Vittorio Medioli (sem partido), prefeito da cidade. Apoiadores e outras figuras políticas, ligadas a municípios vizinhos, também vão participar da conversa.
Bolsonaro empunhará o microfone em Belo Horizonte por volta das 17h30, seis dias após o comício protagonizado pelo presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Praça da Estação. Na semana passada, o capitão reformado escolheu Juiz de Fora, na Zona da Mata, para abrir as atividades da campanha à reeleição. Foi lá que, na campanha de 2018, o presidente sofreu um golpe de faca.
Divulgada com exclusividade pelo Estado de Minas no domingo (21), a mais recente pesquisa do Instituto F5 Atualiza Dados sobre a etapa mineira da corrida ao Palácio do Planalto aponta que Bolsonaro tem 33,9% das intenções de voto, contra 43,4% de Lula. Embora a distância entre eles seja de 9,5 pontos, o presidente conseguiu recuperar algum terreno, pois, no fim de julho, perdia por 44,8% a 31,5%.
"Nossa expectativa é fazer um grande encontro com os prefeitos da Região Metropolitana. São, exatamente, os prefeitos que demandam muita atenção no planejamento no entorno da capital e investimentos na qualidade de vida, no transporte e na mobilidade. E (haverá um encontro) com as lideranças religiosas, reforçando as pautas que o presidente tem compromisso sempre defendeu: família e liberdade de culto no país", disse Viana, ontem, ao detalhar as atividades do aliado em Minas.
Além da mais recente visita a Juiz de Fora, Bolsonaro esteve em BH na sexta-feira (18), para assistir à cerimônia de instalação do Tribunal Regional Federal da 6° Região (TRF-6). "A presença do presidente Bolsonaro, pela terceira vez em duas semanas no estado, mostra, claramente, a atenção que ele sempre teve com os mineiros", celebrou o candidato ao governo.
No início do mês, Montes Claros, no Norte, também compôs o roteiro presidencial. Na Praça da Liberdade, a concentração para o discurso de Bolsonaro deve começar por volta das 17h. Uma hora antes, os motoqueiros vão começar a se juntar para iniciar, nas proximidades do Parque Guanabara, o passeio rumo à Savassi. A ideia é que os apoiadores que não forem participar da passeata sobre rodas já estejam aglomerados no ponto do discurso quando o presidente estiver se aproximando.
Ontem, Nikolas Ferreira afirmou que o objetivo do evento é "mostrar que BH está com Jair Bolsonaro". "Vamos pintar a Praça da Liberdade de verde e amarelo para receber o nosso capitão Jair Bolsonaro", concordou Bruno Engler.
Hoje, ainda sem Bolsonaro em solo mineiro, Carlos Viana se reunirá com lideranças do interior durante a manhã. À tarde, concederá entrevista ao portal "G1".
Bolsonaro pede votos a Cleitinho
Ontem, o deputado estadual Cleitinho Azevedo, do PSC, publicou, nas redes sociais, uma de suas peças de campanha. Candidato ao Senado Federal, ele conta com o apoio de Bolsonaro. Juntos, eles gravaram um vídeo para pedir votos.
"Minas Gerais: um estado muito importante para o Brasil pela sua potencialidade e pelo seu povo", aponta o presidente, na gravação, citando o número que Cleitinho levará às urnas. "É um momento decisivo do país. Estou aqui como soldado do senhor para trabalhar por toda Minas Gerais e pelo Brasil", responde o postulante a senador.
Bolsonaro, então, celebra a aliança: "Temos que ter lealdade: eu ao Cleitinho, o Cleitinho comigo e, nós todos, a Minas Gerais e ao Brasil".
Ontem, em Belo Horizonte, Nikolas e Engler fizeram evento para lançar o "quartel-general" de Bolsonaro em Belo Horizonte. Durante a atividade, Cleitinho marcou posição e reforçou seu alinhamento a Bolsonaro. "O presidente estendeu a mão a mim. Tenho a obrigação de estender as duas mãos a ele. Tenho honrar quem me honra - e ele está me honrando", assinalou. Engler foi, justamente, quem apresentou o colega de Assembleia Legislativa ao chefe do poder Executivo federal.
Embora Cleitinho apoie Bolsonaro, o PSC não faz parte da coligação que o PL mineiro montou para dar sustentação a Viana. Por causa da afinidade de lideranças do partido com o governador Romeu Zema (Novo), a sigla optou pela neutralidade na disputa estadual. Portanto, a coalizão bolsonarista no estado tem, além dos liberais, o Republicanos e o PRTB, que estão na órbita do governo federal.
Segundo o Instituto F5, Cleitinho lidera o páreo pelo assento no Senado, com 16,1% das intenções de voto, ante 12% de Alexandre Silveira, do PSD, que tenta a reeleição. O pessedista conta com o apoio de Luiz Inácio Lula da Silva e, quando associado ao presidenciável do PT, passa a ter 28,1%, contra 18% de Cleitinho atrelado a Bolsonaro.
Carlos Viana, por sua vez, aparece com 5,7% das intenções de voto, na terceira posição da disputa pelo Palácio Tiradentes. Romeu Zema (Novo) e Alexandre Kalil (PSD), os dois primeiros, têm 46,4% e 29,1%, respectivamente. Ao ser associado a Bolsonaro, porém, Viana salta a 8,7%. A pesquisa citada neste texto está registrada junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob os números MG-04382/2022 e BR-08433/2022. (Colaborou Thiago Bonna)