Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES 2022

Bolsonaro no Jornal Nacional: confira os destaques da sabatina

O presidente Jair Bolsonaro (PL) garantiu, nessa segunda-feira (22/8), que aceitará o resultado das eleições deste ano. A declaração foi feita durante sabatina no Jornal Nacional, onde ele também chegou a negar que tenha atacado ministros do Supremo Tribunal (STF). Além disso, durante a entrevista, o chefe do Executivo defendeu sua gestão na pandemia de COVID-19 e chegou a afirmar também que o Brasil não tem corrupção.





Durante os questionamentos, o apresentador William Bonner chegou a relembrar Bolsonaro que ele chamou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de “canalha”. A declaração foi feita em 2021, nas manifestações do Dia da Independência. O jornalista chegou a perguntar ao candidato se ele pretendia “criar um ambiente para permitir um golpe”.

Logo depois, o presidente afirmou que ele contou uma mentira. “Primeiro você não está falando a verdade, quando fala ‘xingar ministro’, não existe. É uma fake news da sua parte”, disse Bolsonaro. Em seguida, ele volta a citar o inquérito da Polícia Federal, das eleições de 2018, que aponta a invasão de hackers no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

“Aquela pergunta que eu sempre faço: se você pode colocar uma tranca a mais na sua casa para evitar que ela seja assaltada, você vai fazer ou não? Então esse é o objetivo disso que eu tenho falado sobre o TSE. (...) Então a grande interrogação é exatamente essa: nós precisamos evitar que dúvidas pairam no ar por ocasião das eleições agora deste ano”, afirmou.




 

De acordo com Bolsonaro, as críticas a Moraes foram feitas porque o próprio ministro o persegue no inquérito das Fake News. No entanto, agora ele avaliou que a situação está pacificada: “Espero que seja uma página virada.  Na ocasião da posse do seu Alexandre Moraes, houve um certo contato amistoso nosso. Pelo que isso indica isso vai pacificado e quem vai decidir essa questão de transparência ou não serão, em parte, as Forças Armadas, que foram convidadas a participar da Comissão de Transparência Eleitoral.”

Desse modo, ele garantiu que aceitará o resultado das eleições. “Fique tranquilo, teremos eleições. O ministro Alexandre de Moraes acabou de assumir. Ele terá um encontro com o ministro da Defesa para tratar de transparência eleitoral. Tenho certeza que o vai conversar e chegar em um bom termo para essa questão de eleições. Mas eu precisei provocar para chegar a este ponto. Pode ter certeza que manteremos eleições limpas e transparentes no corrente ano”, apontou.
 

Além disso, ele destacou que em suas manifestações, críticas ao STF e ao Congresso Nacional são “liberdade de expressão” dos seus seguidores. “Para mim, isso faz parte da democracia. O que não pode sou eu ameaçar fechar o Congresso ou o STF, então eu não vejo nada demais. Vejo como liberdade de expressão. Você quer punir alguém por ter levantado uma faixinha lá no meio da multidão escrito ‘AI-5’? No meu entender não leva a lugar nenhum”, afirmou.





Ele ainda garantiu: “Seja qual for, eleições limpas serão, devem e tem que ser respeitadas, tem que ser respeitado”.

Pandemia

Com o tema na pandemia de COVID-19, Bolsonaro defendeu que fez uma boa gestão durante o período. “Nós compramos mais de 500 milhões de doses de vacina. Só não se vacinou quem não quis”, disse. 

O presidente lamentou as mortes de COVID na pandemia. “Lamento, mas não podia ser tratado da forma que foi tratado. A solidariedade eu tive conversando com as pessoas nas ruas. Vendo as pessoas humildes não ter apoio dos prefeitos”, afirmou. 
 

Bolsonaro também citou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, na qual ele chamou de “CPI do Circo”: “Não fui politicamente correto”.





chefe do Executivo chegou a comentar a declaração polêmica de que quem tomasse o imunizante viraria jacaré. Segundo ele, foi uma “figura de linguagem”. “A questão da Pfizer: no contrato estava escrito ‘não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral’. A Pfizer não apresentou quais seriam os possíveis efeitos colaterais. Eu usei uma figura de linguagem: jacaré. Não é brincadeira isso, faz parte da literatura portuguesa”, declarou.

Desse modo, ele ainda voltou a defender o chamado ‘kit de tratamento precoce’ com medicamentos como ivermectina e cloroquina, que foi uma das principais bandeiras do governo durante a pandemia.
 
“O grande erro disso tudo foi um trabalho forte da grande mídia, dentre eles a Globo, desestimulando os médicos a fazer o tratamento precoce. Isso é conhecido como uma liberdade do médico. Quando algo é desconhecido, como até hoje é desconhecido alguns possíveis efeitos colaterais da vacina. Desaconselhar, inibir e ameaçar cassar o registro de médicos. Isso que foi errado durante a pandemia”, disse o presidente.





Meio ambiente

Bolsonaro também elogiou as políticas ambientais tomadas pelo governo durante a sabatina. Para o chefe do Executivo Federal, o Brasil é “exemplo para o mundo”. “Ninguém quer destruir a floresta”, disse o presidente. “A realidade é uma coisa totalmente diferente, não é o que a gente acha, é o que a gente tem que ser”, afirmou.

Para o presidente, o Brasil é uma “grande potência” para energia verde. "É um exemplo para o mundo”, disse. “O Brasil preserva dois terços da área da verde. O Brasil não merece ser atacado desta forma. O mundo quer o agro”, concluiu.

Bolsonaro nega corrupção no governo

O presidente também declarou que não há corrupção em seu governo. O candidato à reeleição foi questionado sobre sua relação com o ‘Centrão’, como são chamados os partidos de centro-direita que compõem a maioria no Congresso Nacional, incluindo o Partido Liberal, pelo qual o presidente tenta mais um mandato.





Bonner questionou o candidato sobre sua mudança de postura entre as eleições de 2018 e o pleito atual. Em sua primeira candidatura à presidência, Bolsonaro fez críticas ao Centrão e tentou se afastar da imagem dos partidos conhecidos pelo fisiologismo e troca de favores no Legislativo. Durante o mandato, no entanto, o presidente se filiou ao PL e chegou a dar declarações como ‘vocês votaram num cara do Centrão’ ao receber críticas de apoiadores.

“No meu tempo não era Centrão, não existia Centrão. No meu tempo,esses partidos que eu já integrei não eram tidos como partidos do Centrão. Agora o importante: nós temos um governo sem corrupção, eu indiquei ministros pelo critério técnico. Eu não aceitei pressões de lugar nenhum para escalar ministros”, disse o candidato, que, em sequência, elencou nomes escalados para sua equipe de governo.

O presidente também questionou o uso da palavra ‘escândalo’ feito pelos âncoras do Jornal Nacional ao se referir à acusação de tráfico de influência que derrubou Milton Ribeiro do Ministério da Educação.