Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES 2022

Bolsonaro imitou sim pessoas com falta de ar: relembre quando foi


Em entrevista ao Jornal Nacional, na noite dessa segunda-feira (22/8), o presidente Jair Bolsonaro (PL), ao ser questionado pela jornalista Renata Vasconcellos sobre o episódio no qual imitou uma pessoa com falta de ar, sugeriu não ter tido tal atitude. 





O Chefe do Executivo desafiou a jornalista a reproduzir um vídeo dele imitando a ocasião. Diferentemente do que Bolsonaro disse, ele imitou uma pessoa com falta de ar mais de uma vez. 
  
Em 18 de março de 2021, em uma de suas transmissões semanais nas redes sociais, o presidente criticou seu ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (União-MS), e chegou a imitar uma pessoa com falta de ar. 

Na ocasião, Bolsonaro defendia o 'Kit COVID', composto por ivermectina, azitromicina e cloroquina, remédios sem eficácia comprovada para o tratamento da doença, e disse que, quem criticasse o "tratamento inicial" e sentisse os sintomas de coronavírus, procurasse um hospital, assim como Mandetta orientava.

Em maio, novamente criticando o ex-ministro e a sua postura contra o Kit COVID, Bolsonaro imitou uma pessoa com falta de ar. "O Mandetta é aquele cara que condena a cloroquina e fala o quê para você? Fica em casa e, quando estiver sentindo falta de ar (imita uma pessoa com falta de ar), vai para o hospital para fazer o quê? Se não tem remédio comprovado? Para ser intubado", disse.




 

No Jornal Nacional, a jornalista Renata Vasconcellos questionou o gesto do presidente, feito no auge da pandemia. Vasconcellos pontuou que muitas pessoas, principalmente aqueles que perderam entes queridos, viram a imitação como falta de compaixão, e perguntou ao presidente se ele estava arrependido de sua postura.  
 
Bolsonaro disse que sentia muito pelas vidas perdidas pelo vírus, mas não respondeu se sentia algum arrependimento.  
 

Após a entrevista, Bolsonaro usou as redes sociais para se explicar diante da fala. Em seu Twitter, o Chefe do Executivo disse que estava "denunciando o ‘Protocolo Mandetta’ e que sempre defendeu as pessoas”.

"Foi justamente o contrário: EU DEFENDI ESSAS PESSOAS. Quem mandou ficar em casa é que desprezou suas vidas!", escreveu. "Sempre defendi que os médicos tivessem autonomia para tratar seus pacientes, bem como que as pessoas procurassem um profissional de forma precoce, assim como é recomendado ao sentir qualquer sintoma de qualquer doença, quando as chances de recuperação são maiores", completou o presidente.