Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES 2022

Ciro no Jornal Nacional: confira os principais pontos da sabatina

A sabatina do candidato à presidência Ciro Gomes (PDT), no “Jornal Nacional” dessa terça-feira (23/8), foi marcada por um tom cordial para discursar aos milhões de telespectadores atentos. Ele procurou encontrar um meio termo entre os eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), nomes que tomam dianteira nas pesquisas, e ainda pediu “uma oportunidade” para aquelas pessoas que ainda estão indecisas.





Primeiramente, a jornalista Renata Vasconcellos apontou que Ciro tem adotado termos duros e ofensivos aos seus concorrentes (Lula e Bolsonaro). Ela questionou se esse discurso poderia servir para aumentar a polarização do país. O ex-governador do Ceará, então, chegou a citar o físico Albert Einstein para se defender. “A ciência da insanidade, dizia o Einstein - maior cérebro da idade moderna -, é repetir as mesmas coisas esperando resultados diferentes”, disse. 
 

“Estou tentando mostrar ao povo brasileiro que essa polarização odienta, que não ajudei a construir, pelo contrário, eu estava lá em 2018, tentando advertir que as pessoas não podiam usar a promessa enganosa do Bolsonaro para repudiar a corrupção generalizada e o colapso econômico gravíssimo que foram produzidos pelo PT, agora está tentando reproduzir uma espécie de 2018”, alegou o candidato.
 
 

Crítica ao PT

Sem citar Lula dessa vez, ele alegou que os governos petistas tiveram "corrupção generalizada e colapso econômico gravíssimo".




 
"(Eu) estava tentando advertir que as pessoas não podiam usar a promessa enganosa do Bolsonaro para repudiar a corrupção generalizada e o colapso econômico gravíssimo que foram produzidos pelo PT", afirmou o candidato ao citar as eleições de 2018.

Ciro prosseguiu afirmando que estão tentando repetir o cenário das últimas eleições e que é necessário "denunciar isso" e que tem "que ser duro". "A corrupção é um flagelo no Brasil", sintetizou.
 

Crítica a Bolsonaro

O candidato também não deixou de criticar o atual presidente da República, Jair Bolsonaro. Ciro aproveitou para mencionar a gestão do atual governo durante a pandemia de COVID-19.





“Eu vi ontem o cidadão aqui, o senhor presidente da República. O Brasil, meu irmão, tem 3% da população do mundo, e aqui morreram 11 de cada 100 pessoas que morreram no mundo, na pandemia. Qual é a explicação? Foi o comportamento genocida, que é uma palavra ruim, dura, mas foi o comportamento anticiência”, afirmou.

Além disso, ele também apontou que o presidente chegou a negligenciar os imunizantes por uma briga política com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). “Foi o adiamento eterno por politicagem barata com a questão das vacinas. Falaram que em janeiro se vacinaram. Vacinou porque o governador de São Paulo transformou isso na sua principal ferramenta”, elogiou.
 
 

Vale lembrar que as polêmicas declarações do presidente durante a pandemia foram discutidas, como a fala de virar um jacaré se tomar a vacina contra a COVID-19. 





Sem corrupção

O candidato também apontou que, caso eleito, não terá medo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Ele explicou que não tem o que temer neste caso porque não rouba e não deixaria ninguém roubar em seu governo. 

De acordo com Ciro, se for eleito presidente, abandonará a possibilidade de uma reeleição. Ele opinou que quem assume o comando do país tem o costume de agradar a grupos políticos para conseguir mais quatro anos na cadeira presidencial, mas que com ele não seria desta forma.
 
“O que destruiu a governança política brasileira é a reeleição, o presidente se colocar com medo dos conflitos porque quer agradar todo mundo para fazer a reeleição. O presidente se vende a esses grupos picaretas da política brasileira, de pouco escrúpulo republicano, porque tem medo de CPI e quer se reeleger”, afirmou.





Ele continuou: “Eu tenho outra relação com a questão moral. Eu me garanto, não sou corrupto e resolvi fazer uma vida republicana. Então não tenho medo de CPI, pelo contrário, no meu governo vai me ajudar porque se eu não roubo, não vou deixar ninguém roubar. Quem denunciar corrupção no meu governo estará cooperando comigo”.

Por fim, se justificou: “Eu abrindo mão da reeleição, vou cuidar só de fazer a reforma que o país precisa.”
 
 

Lei Antiganância

Nos minutos finais da sabatina Ciro chegou a apresentar uma proposta que definiu como “polêmica”. O candidato à presidência lançou a ideia de uma “Lei Antiganância”, em que as pessoas poderiam pagar até, no máximo, o dobro da dívida que, assim, seria quitada.

Durante o programa, o ex-governador do Ceará explicou do que se trata a lei que propõe: “Quero colocar uma lei em vigor no Brasil, que eu conheço na Inglaterra. Todo mundo do crédito pessoal, cartão de crédito, cheque especial etc, ao pagar duas vezes a dívida que tem, fica quitado por lei. Isso é uma polêmica, estou apresentando ao Jornal Nacional”.




 
 

O candidato à presidência nas eleições deste ano também fez um discurso com o intuito de captar eleitores de Lula e Bolsonaro, além daqueles que ainda não se decidiram em quem votar. “Me ajude, me dê a oportunidade de mudar o Brasil, é o que lhe peço. A ciência de errar é repetir as mesmas coisas do passado e imaginar que vai ter resultado diferente. Não vai! Me ajude a livrar o Brasil dessa bola de chumbo do passado, vamos nos esperançar de novo”, disse.

“Você que vota no Bolsonaro porque não quer o Lula de volta, me dê uma chance. Você que vota no Lula porque não quer mais o Bolsonaro, há um país para governar, me dê uma oportunidade. E você, indeciso, sabe quantos são vocês? Mais da metade da população, está na mão de vocês mudar o Brasil”, concluiu.

Ciro Gomes foi o segundo sabatinado para as eleições presidenciais no principal noticiário da TV Globo. Na última segunda-feira (22/8), o presidente Jair Bolsonaro abriu a série de entrevistas.

Os próximos entrevistados serão Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta quinta-feira (25/8), e encerra com Simone Tebet (MDB), na sexta (26/8).