A Polícia Federal (PF) apreendeu, nessa terça-feira (23/8), celulares que tinham uma troca de mensagens entre o procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, e empresários bolsonaristas, suspeitos de articular um golpe de Estado caso o ex-presidente Lula (PT) fosse eleito.
A informação é do site JOTA apurada com fontes da PF, do Ministério Público Federal (MPF) e do Supremo Tribunal Federal (STF). As mensagens, que ainda são mantidas sob sigilo, conteriam críticas à atuação do ministro do STF Alexandre de Moraes e também comentários sobre a candidatura de Jair Bolsonaro (PL).
Os empresários alvos da operação da PF, autorizada pelo ministro Moraes, são investigados por atos antidemocráticos.
Segundo o site, o conteúdo das mensagens já virou tema entre os ministros do STF. Aras foi indicado por Bolsonaro para o cargo, em 2021, sem que estivesse na lista tríplice do Ministério Público. A indicação do PGR é prerrogativa do presidente, mas cabe ao Senado sabatinar o indicado e, em seguida, aprovar ou rejeitar a nomeação. Além de PGR, Aras também é procurador-geral eleitoral.
Em nota, a assessoria de Aras disse que o procurador-geral tem amigos e conhecidos no mundo empresarial e, por isso, há trocas de mensagens entre eles. O texto também afirma que as conversas do procurador-geral com um dos empresários, que é alvo da investigação da PF, são apenas comentários “superficiais”.
A assessoria também destacou que o PGR só foi informado a respeito da operação depois de iniciado o cumprimento dos mandados de busca e apreensão nessa terça-feira (23/8). Por causa disso, não trocou informações sobre as diligências policiais.