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Após enumerar as medidas adotadas, afirmou que "se alguém comete um erro, apura-se, julga, condena ou absolve". Lula aproveitou para criticar a Operação Lava-Jato. "A Lava-Jato enveredou por um caminho político delicado. A Lava Jato entrou no limite da política e o objetivo era tentar condenar o Lula", avaliou o candidato.
A corrupção foi tratada pelo entrevistado durante os 15 primeiros minutos da sabatina. Os governos petistas tiveram prejuízo na sua imagem após os escândalos do mensalão e do petrolão.
“Não há hipótese de não ser investigada”
“Eu quero voltar à Presidência da República, e qualquer, qualquer hipótese de alguém cometer qualquer crime, por menor ou por maior que seja, essa pessoa será investigada, essa pessoa será julgada, e essa pessoa será punida ou absolvida. É assim que você combate a corrupção no país”, disse.
O ex-presidente foi questionado sobre os escândalos de corrupção durante os governos do PT. “As medidas estão colocadas. Eu poderia ter escolhido um procurador engavetador. Eu não fiz isso. Eu poderia ter impedido que a Polícia Federal tivesse um delegado que eu tivesse controle. Eu permiti que tudo fosse feito da forma correta. Eu poderia fazer decreto de 500 anos, tá na moda né?", afirmou.
Para Lula, o Brasil “sofre de um sério problema" já que as pessoas “são condenadas pelas manchetes do jornal".
Lava-Jato
Na sequência, o candidato e ex-presidente citou operações contra a corrupção realizadas em outros países. “O que eu quero dizer é o seguinte: você pode fazer investigação com a maior seriedade, como foi feito na Coréia com a Samsung; como foi feito na França, na Alstom; como foi feito na Volkswagen, na Alemanha. Você investiga, se o empresário roubou você condena, mas a empresa continua funcionando”, comentou.
A corrupção foi o primeiro tema da sabatina. Lula foi condenado na operação Lava-Jato em abril de 2018 e solto em novembro de 2019. Em 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) decretou suspeição do ex-juiz Sérgio Moro no julgamento dos casos em que o petista foi réu.
Lula exalta Alckmin
Ele continuou: “É por isso que eu escolhi o Alckmin de vice, para juntar duas grandes experiências na minha vida. Um cara que foi governador de São Paulo por 16 anos e vice outros seis, e um cara que foi considerado o melhor presidente da história do país. São esses dois que vão governar este país.”
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elogiou o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice na chapa petista ao Planalto, durante sabatina no Jornal Nacional da TV Globo.
Para Lula, “com Alckmin, o governo ganha mais credibilidade''. “Nunca antes na história do Brasil esse governo teve uma chapa como Lula e Alckmin com credibilidade interna e externa para mudar as coisas no Brasil”, declarou.
O ex-presidente brincou com a aceitação do companheiro pelos eleitores. “Eu estou até com ciúmes do Alckmin. Você tem que ver que sujeito esperto e habilidoso. Ele fez um discurso no dia 7 de maio, quando foi apresentado oficialmente pelo PT, que eu fiquei com inveja. Ele foi aplaudido de pé”, disse.
“O Alckmin já foi aceito pelo PT de corpo e alma. O que eu não quero é que o PT peça a ele para se filiar, porque a gente não quer brigar com o PSB, mas o Alckmin é uma pessoa que vai me ajudar. Eu tenho 100% de confiança que a experiência dele como governador de São Paulo e depois mais 6 anos como vice de Mário Covas vai me ajudar a consertar este país", afirmou.
“É a única razão pela qual eu quero voltar a ser presidente é a de consertar esse país. Esse país precisa voltar a crescer, voltar a ser feliz e voltar a gerar emprego”, continuou.
Admite erros de Dilma
Para Lula, a ex-presidente “fez um primeiro mandato extraordinário, mas cometeu equívocos".
“A Dilma fez um primeiro mandato extraordinário. Ela se endividou para manter as políticas sociais. Eu acho que ela cometeu equívoco na questão da gasolina, na hora da desoneração, e, quando ela tentou mudar, ela tinha uma dupla dinâmica contra ela: (o então presidente da Câmara) Eduardo Cunha (MDB) e (então senador) Aécio Neves (PSDB)”, afirmou.
Ainda segundo Lula, Cunha “trabalhou o tempo inteiro contra a ex-presidente".
Críticas a Bolsonaro
Na entrevista, a jornalista Renata Vasconcellos questionou o candidato sobre a crise política de governos petistas com o Congresso, que resultou em escândalos de corrupção, como o Mensalão. “Você acha que o Mensalão, que tanto se falou, é mais grave que o orçamento secreto?”, refletiu Lula.
Após o petista mencionar que é necessário um diálogo com partidos políticos, frisando que o ‘Centrão’ não é uma sigla, a apresentadora reforçou a pergunta: “O senhor mencionou o orçamento secreto, como negociar então com o centrão sem moedas de troca, como essa do orçamento secreto, que o senhor critica tanto?”.
O candidato, então, frisou que não se trata de uma moeda de troca. “Isso é usurpação do poder. Ou seja, acabou o presidencialismo, o Bolsonaro não manda nada. O Bolsonaro é refém do Congresso Nacional, sequer cuida do orçamento. Quem cuida é o (Arthur) Lira, ele quem libera verba, o ministro liga para ele, não liga para o presidente da República, isso nunca aconteceu nem na proclamação da República”, afirmou.
“Tenho consciência que uma das minhas tarefas e do Alckmin, se a gente ganhar, é, primeiramente, trabalhar no processo eleitoral para que a gente eleja deputados e senadores com outra cabeça. Segundo, acabar com essa história de semipresidencialismo, semiparlamentarismo num regime presidencial. O Bolsonaro parece um bobo da corte, não coordena o orçamento”, acrescentou.
Por fim, ele mencionou o jogo de negociações que foi feita para o valor do Auxílio Brasil.
“Veja que engraçado: ele (Bolsonaro) acabou de aumentar o auxílio emergencial para R$ 600. Ele queria R$ 200, a gente queria R$ 600, ele mandou R$ 500 e agora mandou R$ 600. Até quando? 31 de dezembro. Na LDO que mandou para o Congresso Nacional não tem a continuidade. Ele acaba de mandar a LDO e vem aqui mentir dizer que vai continuar, se ele vai continuar, se vai continuar porque não colocou ali”, declarou.