Líderes nas pesquisas de intenção de voto da corrida ao Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheram Belo Horizonte como a primeira capital para seus atos de campanha.
Na Praça da Liberdade, onde esteve na quarta-feira passada, Bolsonaro fez ataques discretos ao seu principal adversário, pediu o apoio do eleitorado de Minas Gerais e exaltou a importância do estado, segundo maior colégio eleitoral do país, nas eleições.
Ao longo dos 17 minutos de discurso, o presidente da República citou o nome de Minas 14 vezes. Apesar das recorrentes menções, o candidato à reeleição não mencionou o nome do senador Carlos Viana, que concorre ao governo do estado pelo PL.
Lula, por sua vez, citou em 10 instantes a palavra “Minas” durante o comício Praça da Estação, no último dia 18. Em outros sete momentos, ele fez menção a Alexandre Kalil (PSD), que concorre ao Palácio Tiradentes em coalizão engrossada pela federação partidária à esquerda, encabeçada pelo PT.
Na Praça da Liberdade, onde esteve na quarta-feira passada, Bolsonaro fez ataques discretos ao seu principal adversário, pediu o apoio do eleitorado de Minas Gerais e exaltou a importância do estado, segundo maior colégio eleitoral do país, nas eleições.
Ao longo dos 17 minutos de discurso, o presidente da República citou o nome de Minas 14 vezes. Apesar das recorrentes menções, o candidato à reeleição não mencionou o nome do senador Carlos Viana, que concorre ao governo do estado pelo PL.
Lula, por sua vez, citou em 10 instantes a palavra “Minas” durante o comício Praça da Estação, no último dia 18. Em outros sete momentos, ele fez menção a Alexandre Kalil (PSD), que concorre ao Palácio Tiradentes em coalizão engrossada pela federação partidária à esquerda, encabeçada pelo PT.
Além de ter citado o nome do presidenciável petista em apenas duas ocasiões, Bolsonaro optou por reforçar agendas caras a boa parte de seus simpatizantes. Ele ecoou a palavra “liberdade” por sete vezes, aludiu a Deus em oito momentos e fez 27 repetições do nome “Brasil” — fora os sinônimos “país” (usado 11 vezes) e “nação” (usado uma vez).
Lula, que acusou o adversário de “fariseu”, recorreu a Deus seis vezes e, em outro ponto do discurso, citou a “Bíblia” sagrada. Embora tenha falado “Brasil” apenas em nove chances, o candidato disse a palavra “país” por 31 vezes. O ex-presidente também lançou mão da alegoria que coloca o “churrasco” como elemento essencial da rotina do trabalhador.
Lula, que acusou o adversário de “fariseu”, recorreu a Deus seis vezes e, em outro ponto do discurso, citou a “Bíblia” sagrada. Embora tenha falado “Brasil” apenas em nove chances, o candidato disse a palavra “país” por 31 vezes. O ex-presidente também lançou mão da alegoria que coloca o “churrasco” como elemento essencial da rotina do trabalhador.
Para marcar os ideais das correntes políticas que representam, Lula e Bolsonaro utilizaram, somados, o termo “queremos” por 15 vezes. A fim de refutar pensamentos, a mesma palavra, acompanhada do “não”, foi a opção do chefe do Executivo federal em quatro momentos; o petista seguiu o mesmo caminho por cinco ocasiões.
“Queremos que os nossos meninos trabalhem e estudem; não queremos que a mulher continue sendo tratada como se fosse objeto de cama e mesa neste país. Queremos que a mulher seja sujeita da história, que possa querer fazer o que ela quiser, do jeito que ela quiser”, afirmou Lula, no Centro de Belo Horizonte, pouco tempo após o início de um discurso que durou 27 minutos.
Seis dias depois, e minutos após liderar uma motociata que partiu da Pampulha em direção à Savassi, Bolsonaro pontuou os seus “quereres” a fim de pedir o empenho do público que o assistiu na busca por mais votos. “Não queremos a volta da corrupção. Não queremos a volta daqueles que defendiam, e defendem ainda, a ideologia de gênero. Não queremos a liberação das drogas. Não queremos a legalização do aborto. Queremos a defesa da família; queremos o culto aos nossos símbolos; queremos a liberdade de religião e expressão. Queremos, cada vez mais, dizer que somos um país livre”, pregou.
O lema “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, que embalou a vitoriosa trajetória de Bolsonaro no pleito de quatro anos atrás, encerrou o discurso do presidente na capital mineira. Ele também afirmou que os espectadores do comício e ele foram à Praça da Liberdade porque “acreditam” no poder divino. Ele buscou a fé, ainda, para lembrar o golpe de faca que sofreu em setembro de 2018, durante ato político em Juiz de Fora, na Zona da Mata. “Agradeço a Deus pela minha segunda vida, dada aqui em Minas Gerais. Também agradeço a Ele a missão de conduzir o destino desta nação. Se esta for a vontade d’Ele, continuaremos lá por mais quatro anos”, salientou.
Antes, Lula havia dito que Bolsonaro comete “heresia” por “citar o nome de Deus em vão”. Ele, porém, sustentou a necessidade de respeito às sagradas escrituras da fé cristã. “A gente tem que olhar a Constituição e ela tem que ser cumprida. A gente tem que olhar a Declaração Universal dos Direitos Humanos, e ela tem que ser cumprida. A gente tem que olhar a “Bíblia”, e ela tem que ser cumprida. Todos nós somos irmãos, somos filhos de Deus, e temos direito a viver com muita dignidade e muito respeito”, frisou.
Bolsonaro utilizou a alcunha “Lula da Silva”, recorrente na imprensa internacional, para se referir ao adversário. A menção veio quando o presidente explicava por que escreveu o nome da Nicarágua em uma das mãos antes da entrevista que concedeu ao “Jornal Nacional”, da TV Globo. “(É) um país onde não se tem mais liberdade, onde se fecham emissoras de rádios católicas e prendem padres. Esse é o país que Lula da Silva defende lá fora”, acusou.
Cores da bandeira e comunismo
O capitão reformado também utilizou as cores da bandeira brasileira e do regime comunista para associar o PT a países vizinhos que caminham à esquerda. “Tenham a certeza que, na América do Sul, por mais que tentem pintar outros países de vermelho, o Brasil continuará verde e amarelo.”
Paralelamente, Lula, quando passou por Belo Horizonte, disse não querer verbalizar o nome do candidato do PL ao Planalto. Então, lançou mão de três expressões para citá-lo: “cidadão”, “pessoa” e “ele”. “Estamos enfrentando uma pessoa desequilibrada mentalmente, enfrentamos uma pessoa desestruturada do ponto de vista psicológico. Enfrentamos uma pessoa que acha que a polícia tem que matar, e não prender; uma pessoa que acha que tem que vender armas, e não vender livros; uma pessoa que acha que tem que estimular o ódio, e não o amor”, disparou.
Partindo do mesmo conceito de “independência”, Lula e Bolsonaro optaram por dar conotações distintas à mesma palavra. O presidente da República pediu a seus simpatizantes que participem das manifestações de 7 de setembro. Segundo ele, as comemorações dos 200 anos do ato que desvinculou o Brasil de Portugal vão celebrar, também, o que chamou de “eternidade de liberdade”. “Nestes 200 anos da Independência, é impossível não falarmos de Minas Gerais. Aqui é a semente da nossa Independência; aqui é a certeza do nosso futuro”, declarou.
Do outro lado, Lula lembrou de Tiradentes, mártir da Inconfidência Mineira. “Se, em 1792, esquartejaram, cortaram a carne, salgaram e penduraram em um poste para que nunca mais ninguém se lembrasse de independência, quero que os esquartejadores estejam de volta para fazer uma nova independência neste país. Uma independência que garanta a dignidade, o respeito e a harmonia do nosso povo.”.
O papel dos aliados mineiros
Logo que recebeu o microfone das mãos dos organizadores do comício na Praça da Estação, em Belo Horizonte, no último dia 18, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assegurou que desembarcou na cidade “por causa” do ex-prefeito Alexandre Kalil, candidato do PSD ao governo de Minas Gerais. Depois, mencionou também o senador Alexandre Silveira (PSD), que tenta a reeleição com o aval do PT. Em crítica indireta ao governador Romeu Zema (Novo), o presidenciável petista pediu empenho da militância do partido na campanha de Kalil.
“Em Minas Gerais, governo bom não é aquele governo que fala: ‘Ah, eu tenho um dinheirinho em caixa’. Nós não queremos dinheiro em caixa. Nós queremos dinheiro revertido em saúde, educação, transporte coletivo, infraestrutura. Foi isso que Kalil fez em Belo Horizonte. Em apenas seis anos, fez mais do que muita gente fez em 30 anos”, afirmou.
Durante a passagem pela região metropolitana, o presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve lado a lado do senador Carlos Viana, candidato do seu partido ao governo de Minas, durante as atividades em Betim. Na capital, porém, o senador que concorre ao governo não participou dos compromissos por ter de gravar programas para o horário eleitoral.
Do alto do caminhão de som estacionado em frente ao Palácio da Liberdade, o presidente não citou Viana, mas fez rápida saudação a Cleitinho Azevedo, deputado estadual do PSC, que tenta chegar ao Senado por meio de palanque oferecido por bolsonaristas. O mineiro a receber o mais marcante afago do candidato à reeleição foi outro: “O general (Walter) Braga Netto é filho da terra, homem daqui, qualificado e preparado para me substituir nos momentos de ausência do poder”.
A FORÇA DOS DISCURSOS
Principais palavras e nomes mais citados por Bolsonaro e Lula em BH
BOLSONARO NA PRAÇA DA LIBERDADE
Brasil 27 vezes
Minas 14
País 11
Povo 11
Queremos/não queremos 8
Liberdade 7
Deus 6
Eleição/eleições 5
Independência 4
Família 3
Ele (menção a Deus) 2
Livre 2
Lula 2
Verde (para se referir às cores do Brasil) 2
Braga Netto 1
Cleitinho 1
Nação 1
Nicarágua 1
LULA NA PRAÇA DA ESTAÇÃO
País (menção ao Brasil) 31 vezes
Queremos/não queremos 16
Povo 11
Minas 10
Por isso 10
Brasil 9
Kalil 7
Deus 6
Coração 5
Pessoa 5
Independência 4
Alckmin 3
Cidadão 3
Comer 3
Alexandre (Silveira) 2
Churrasco/churrasquinho 2
Ele:(menções indiretas a Bolsonaro) 2
Bíblia 1