Entre acusações e troca de farpas entre candidatos à presidência do Brasil, aconteceu, no domingo (28/8), o primeiro debate entre presidenciáveis nas eleições de 2022.
Durante cerca de três horas, Felipe d'Ávila (Novo), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Simone Tebet (MDB), Jair Bolsonaro (PL), Soraya Thronicke (União) e Ciro Gomes (PDT) falaram sobre as medidas que irão tomar caso vençam o pleito deste ano.
Confira os três maiores embates entre os candidatos:
Simone Tebet x Jair Bolsonaro: políticas voltadas para as mulheres
A senadora, que participou da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, que investigou as ações do presidente durante a pandemia, acusou Bolsonaro de ser negligente e corrupto.
Em resposta, o presidente fez ataques considerados sexistas por Tebet e a candidata do União Brasil, Soraya Thornike. Com isso, a pauta sobre a participação de mulheres e políticas voltadas para a classe esquentou o debate.
Simone chegou a dizer que nunca viu o presidente “usar sua moto para visitar hospitais” e que “não tinha medo” dele.
Para a senadora, quando deputado, Bolsonaro defendeu assassino de mulheres, votou contra direitos das empregadas domésticas e atacou jornalistas. "Por que tanta raiva das mulheres?.”
Em resposta, Bolsonaro disse que foi o presidente que mais defendeu as mulheres no Brasil. “As mulheres me amam porque eu defendo a família. Dei 90% dos títulos de propriedade para as mulheres", disse o presidente.
Bolsonaro chegou a dizer que Tebet mentiu na CPI e foi conivente com a corrupção. Ele também atacou a jornalista Vera Magalhães, após ela questionar sobre a vacinação no Brasil durante a pandemia de COVID.
Lula x Ciro Gomes: Paris
“Espero que o Ciro nessas eleições não vá para Paris”, ironizou. “Ciro tem o coração mais mole do que a língua”, disse, acrescentando que, se vencer, espera atrair o apoio do PDT.
Na última disputa eleitoral para presidente, Ciro Gomes foi para a Europa após ser descartado do segundo turno. À época, a viagem frustrou as expectativas de apoio dele à candidatura de Fernando Haddad (PT) contra Jair Bolsonaro.
“Eu tenho um profundo respeito pelo Ciro Gomes. Nós estamos construindo uma aliança política com dez partidos políticos, todos de esquerda e progressistas, e nós vamos ver, se ganharmos as eleições, vamos tentar ver se conseguimos atrair o PDT para participar conosco do governo”.
Ciro, por sua vez, afirmou que não tem problema pessoal com o ex-presidente. Mas o acusou de ser responsável pela ascensão do atual presidente Jair Bolsonaro.
“Eu atribuo ao Lula, à contradição econômica do Lula, à contradição do Lula e do PT, o Bolsonaro. Eu não acho que o Bolsonaro desceu de marte. O Bolsonaro foi um protesto à devastadora crise econômica que o Lula e o PT produziram”, pontuou Ciro.
Em seguida, o ex-presidente disse que ele e o ex-ministro ainda vão conversar. “Mesmo assim nós ainda vamos conversar e você vai pedir desculpas, porque você sabe que está dizendo inverdades. Agora, é o seguinte, eu não fui pra Paris pra não votar no Haddad”, afirmou Lula.
Bolsonaro x Lula: ‘Ex-presidiário’
Lula falava para a candidata Tebet sobre a CPI da COVID e lembrou do decreto de 100 anos de sigilo para o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.
“O que explica um sigilo de 100 anos para o ministro da Saúde que agiu de forma totalmente irresponsável? O que explica um presidente brincar com uma doença que matou 680 mil pessoas?”, disse o ex-presidente.
Ao pedir a palavra, Bolsonaro voltou a se exaltar. “Bem, é do Lula… ‘ainda bem que a natureza criou o coronavírus’, qual a moral o senhor tem para falar de mim, ô seu ex-presidiário? O sigilo de 100 foi criado pela Dilma. Uso para questões pessoais, como meu cartão de vacina e quem me visita no Alvorada. Orçamento secreto? Eu o verei. Não tenho nada a ver com isso. A vacina corromper? Tá de brincadeira. Cadê a corrupção? Só fake news e mentira a meu respeito”, afirmou Bolsonaro.
Em seguida, Lula pediu direito de resposta que foi negado pela produção da Bandeirantes.