Um grupo bolsonarista ligado a ruralistas pagou por outdoors em Brasília para promover os atos de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no 7 de Setembro.
O material foi alocado em diversas regiões do Distrito Federal e traz mensagens como "É agora ou nunca" e "Brasileiros pelo Brasil."
O Movimento Brasil Verde e Amarelo diz que representa cerca de 200 associações e sindicatos rurais do país. O grupo foi responsável por mensagens de ataques ao STF (Supremo Tribunal Federal) na mobilização dos atos de 7 de Setembro do ano passado.
O Movimento Brasil Verde e Amarelo diz que representa cerca de 200 associações e sindicatos rurais do país. O grupo foi responsável por mensagens de ataques ao STF (Supremo Tribunal Federal) na mobilização dos atos de 7 de Setembro do ano passado.
"Fora Alexandre de Moraes, impeachment já! Fora Barroso, impeachment já!", diz uma das postagens nas redes sociais do Movimento Brasil Verde e Amarelo, pedindo a saída dos ministros do STF.
Como mostrou o jornal Folha de S.Paulo, a pedido do Palácio do Planalto ruralistas que apoiam o Bolsonaro devem enviar 28 tratores para participar do desfile de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Isso foi articulado pelo Movimento Brasil Verde e Amarelo.
Um dos principais expoentes do grupo é o produtor rural Antônio Galvan (PTB), presidente licenciado da Aprosoja (Associação Brasileira dos Produtores de Soja) em Mato Grosso e alvo de investigação do STF sobre atos antidemocráticos.
O ruralista é próximo ao general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, e do secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Luiz Antonio Nabhan Garcia.
Nas redes sociais, o movimento compartilha vídeos de Galvan convocando manifestantes para o 7 de Setembro, com trechos do discurso de Bolsonaro durante a convenção do PL.
"Convoco todos vocês agora para que todo mundo, no dia 7 de Setembro, vá às ruas pela última vez", disse Bolsonaro na ocasião, em fala reproduzida nas redes do Brasil Verde e Amarelo.
Outro integrante do grupo, Elias Galli participou das negociações com empresários do ramo de comunicação em Brasília para contratar outdoors convocando a população para os atos de 7 de Setembro.
Elias é filho do ex-deputado federal Victório Galli (PTB-MT), que é próximo de Bolsonaro.
No primeiro ano de governo, Victório assumiu cargo de assessor especial na secretaria do Palácio do Planalto que cuidava das negociações políticas com a Câmara.
Além disso, em vídeo nas redes sociais, ele fez uma videochamada com Bolsonaro há cerca de dois meses durante um evento evangélico.
"Victório Galli, o amigo do Presidente", diz o material de campanha dele na disputa por uma vaga de deputado federal.
"Victório Galli, o amigo do Presidente", diz o material de campanha dele na disputa por uma vaga de deputado federal.
Em 2017, o pastor e ex-deputado, que adotava o nome Professor Victório Galli, ganhou destaque quando as redes sociais ressuscitaram um projeto de lei, apresentado por ele, "rebaixando" Nossa Senhora Aparecida. Ele sugeria a alteração do termo "padroeira do Brasil" para "padroeira dos brasileiros católicos apostólicos romanos".
De olho no apoio de Bolsonaro, ele já foi do PSL e depois passou pelo Patriota, no período em que Bolsonaro quase se filiou à sigla.
Victório assumiu a presidência do PTB no Mato Grosso no fim do ano passado. Elias, que não conseguiu se eleger deputado estadual em 2018, se tornou o primeiro secretário-geral do partido no estado.
Galvan se filiou ao PTB meses depois, em março de 2022, já com a intenção de se lançar como candidato ao Senado. Os dois tentam colar a imagem de Bolsonaro às respectivas campanhas.
Victório assumiu a presidência do PTB no Mato Grosso no fim do ano passado. Elias, que não conseguiu se eleger deputado estadual em 2018, se tornou o primeiro secretário-geral do partido no estado.
Galvan se filiou ao PTB meses depois, em março de 2022, já com a intenção de se lançar como candidato ao Senado. Os dois tentam colar a imagem de Bolsonaro às respectivas campanhas.
Fundado em 2017, em meio ao embate sobre dívidas de produtores com o Funrural (Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural), o Movimento Brasil Verde e Amarelo ganhou mais força em maio do ano passado, quando, segundo os organizadores, reuniram milhares de pessoas na Esplanada dos Ministérios em manifestação de apoio a Bolsonaro.
O próprio presidente fez discursos para ampliar a mobilização.
No início do governo, o Movimento Brasil Verde e Amarelo defendeu pautas e reformas de interesse do Palácio do Planalto, como a da Previdência e a tributária.
Desde 2020, a agenda das manifestações tem mudado, dando impulso aos ataques de Bolsonaro às instituições e às urnas. O grupo também defende o voto impresso.
Entidades do agronegócio preparam caravanas para turbinar os atos de 7 de setembro.
Um exemplo é o sindicato rural de Sinop (MT), que oferece gratuitamente transporte para Brasília. Além disso, oferecerá apoio aos simpatizantes de Bolsonaro na capital federal durante a manifestação, o que inclui alimentação. O sindicato diz que os custos serão bancados com recursos dos filiados.
Bolsonaristas, mesmo sem apoio de entidades, preparam caravanas por todo o país para inflar os atos. Páginas em redes sociais reúnem contatos de pessoas que alugaram ônibus e dividem os custos para o transporte até Brasília ou São Paulo.
De Florianópolis para Brasília, o gasto estimado é de aproximadamente R$ 800 por pessoa, incluindo duas diárias em hotel ou pousada na capital.