O presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou nesta terça-feira (30/8) o fato de o Chile ter convocado o embaixador do Brasil em Santiago em protesto contra declarações a respeito do presidente Gabriel Boric. No debate da Band, no último domingo, o chefe do Executivo o acusou de "queimar o metrô" nos atos de 2019. O chefe do Executivo alegou que “se exagerei ou não, não deixei de falar a verdade”. A declaração ocorreu durante sabatina organizada pelo Instituto União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs) com candidatos à Presidência da República.
Bolsonaro aproveitou, ainda, para atacar o ex-presidente Lula, líder nas pesquisas de intenção de votos e disse que a fala tinha como objetivo apenas "mostrar para onde essas pessoas estão levando os seus países”.
“Agora vamos lá pessoal. O que está em jogo? Qual o nosso futuro? O presidente do Chile acabou de chamar seu embaixador. É a maneira que ele tem de mostrar insatisfação comigo. Mas se eu exagerei ou não, não deixei de falar a verdade. A Constituinte do Chile vai na contramão do que qualquer país democrático quer. Isso é problema deles? É problema deles, mas o cidadão lá teve apoio de um cara aqui do Brasil, assim como o cidadão da Argentina visitou o cara na cadeia e se elegeu presidente. Assim como o cidadão da Colômbia recebeu um vídeo do cara daqui fazendo campanha. Isso eu sei que é questão interna deles. Estou mostrando para onde essas pessoas estão levando os seus países. Essas pessoas são extremamente unidas”, alegou.
Em debate no último domingo (28), o presidente disse que "Lula apoiou o presidente do Chile também. O mesmo que praticava atos de tocar fogo em metrôs lá no Chile. Para onde está indo o nosso Chile?".
Em nota divulgada, o Ministério das Relações Exteriores chileno disse considerar as acusações gravíssimas. “Obviamente são absolutamente falsas e lamentamos que em um contexto eleitoral as relações bilaterais sejam aproveitadas e polarizadas por meio da desinformação e das notícias falsas" e que as declarações “são inaceitáveis e incompatíveis com o tratamento respeitoso que os chefes de Estado devem uns aos outros ou com as relações fraternas entre dois países”.
E lamentou ainda que em um contexto eleitoral as relações bilaterais estão sendo aproveitadas e polarizadas por meio da desinformação e das notícias falsas, o que “corrói não apenas o vínculo entre nossos países, mas também a democracia”.