Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES 2022

Bolsonaro sobre imóveis: 'Por que fazem isso com a minha família?'

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a comentar, em entrevista concedida na quarta-feira (31/8), uma investigação jornalística sobre a negociação de imóveis em dinheiro vivo por ele e outros familiares.





“Por que fazem isso em cima da minha família? Metade dos imóveis é de um ex-cunhado meu. O que eu tenho a ver com ex-cunhado? Não vejo esse cara há um tempão. E buscam uma maneira, 30 dias antes, um levantamento feito pela Folha – que não tem qualquer credibilidade – me acusar disso. Bota a minha mãe, que já faleceu, nesse rol também”, disse Bolsonaro à Jovem Pan. 


Um trecho da entrevista foi divulgado nesta quinta-feira (1º/9).  “Vem pra cima de mim, vem pra cima de mim. E ponto final. Agora, é uma maneira de desgastar, não vão conseguir desgastar. Eles querem é eleger você sabe quem, não vão ter sucesso”, prosseguiu o mandatário.

Anteriormente, na terça-feira (30/8), o presidente tinha questionado a função das investigações. "Qual é o problema de comprar com dinheiro vivo algum imóvel, eu não sei o que está escrito na matéria... Qual é o problema?", disse, após participar de uma sabatina promovida pela Unecs (União Nacional do Comércio e dos Serviços), em Brasília.



Compra com dinheiro vivo

 A informação sobre a família Bolsonaro foi publicada nesta terça-feira (30/8) no portal UOL
 
Desde os anos 1990 até os dias atuais, o presidente, irmãos e filhos negociaram 107 imóveis, dos quais pelo menos 51 foram adquiridos total ou parcialmente com uso de dinheiro vivo, segundo declaração dos próprios integrantes do clã.

As compras registradas nos cartórios com o modo de pagamento "em moeda corrente nacional", expressão padronizada para repasses em espécie, totalizaram R$ 13,5 milhões. Em valores corrigidos pelo IPCA, este montante equivale, nos dias atuais, a R$ 25,6 milhões.

Não é possível saber a forma de pagamento de 26 imóveis, que somaram pagamentos de R$ 986 mil (ou R$ 1,99 milhão em valores corrigidos) porque essa informação não consta nos documentos de compra e venda. Transações por meio de cheque ou transferência bancária envolveram 30 imóveis, totalizando R$ 13,4 milhões (ou R$ 17,9 milhões corrigidos pelo IPCA).

Ao menos 25 deles foram comprados em situações que suscitaram investigações do Ministério Público do Rio e do Distrito Federal.