Partido Democrático Trabalhista, o PDT, entrou com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral contra a participação de Jair Bolsonaro na Festa do Peão de Boiadeiro, que ocorreu em Barretos, no interior de São Paulo.
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Procurado, o PL não se pronunciou até a publicação desta reportagem.
Bolsonaro chegou ao estádio de rodeios às 22h30, acompanhado de uma comitiva que incluía o empresário Luciano Hang, um de seus seguidores mais próximos, e o candidato ao governo paulista Tarcísio de Freitas, do Republicanos.
O ato com o presidente teve a apresentação do jingle de campanha, xingamentos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT, o Partido dos Trabalhadores, e discurso no palco.
Enquanto era apresentado pelo locutor Cuiabano Lima como um misto de herói e salvador, Bolsonaro estava o tempo todo ao lado de Jeronimo Luiz Muzetti, presidente de Os Independentes, associação que organiza a festa.
O PDT defende na representação que o discurso tinha "nítido viés eleitoral" e que era destinado ao público-alvo do evento, o da agropecuária. Eles também dizem que o evento foi transmitido em lives no YouTube fora dos endereços que a candidatura informou à Justiça Eleitoral.
Por isso, o partido pede tanto a retirada dos vídeos que estão na plataforma quanto a proibição de que Bolsonaro adote conduta semelhante em outros eventos nas próximas semanas, às vésperas das eleições.
O ex-ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, Ricardo Salles, também participou da Festa do Peão. No microfone, ele elogiou o agronegócio e Braga Netto, candidato a vice de Bolsonaro, além de dizer que o presidente é insubstituível.
Eduardo Bolsonaro também esteve no Parque do Peão e gravou vídeo sugerindo que Lula participe do evento.
A relação de Bolsonaro com o evento antecede sua chegada ao Planalto. Antes disso, ele já tinha discursado na arena, defendido o agronegócio e dito que era um soldado dos produtores rurais.