O pedetista afirmou que a repercussão negativa de sua fala é uma "hipocrisia demagógica que pretende aviltar o debate".
"Querem agora estabelecer para mim, alguma distinção hipócrita como se eu, ao falar a um conjunto de ilustres juristas, tivesse a mesma facilidade que eu tenho quando sistematicamente abordo a questão dos pobres. É uma hipocrisia demagógica que pretende aviltar o debate. Fazer a gente pedir desculpa porque estuda, porque aborda a complexidade dos problemas, embora traduzi-los seja tarefa nossa", disse, na OAB.
A fala polêmica ocorreu durante uma apresentação detalhada sobre o plano econômico do pedetista, expresso no Plano Nacional de Desenvolvimento. Ao final, Ciro fez uma comparação sobre como seria fazê-lo em uma favela. O empresário Luiz Césio Caetano comparou a explicação a uma aula. "Acho que foi uma aula, pelo menos para mim foi", disse. Ciro, em tom de brincadeira, respondeu:
"Na verdade é um comício, né!? Um comício para gente preparada, você imagina eu explicar isso na favela, isso é um serviço pesado"
Modelo econômico
Uma das bandeiras do candidato é a mudança no que chama de "modelo econômico e político" vigente no país. Ciro voltou a defender que é preciso refletir sobre tal modelo. "O que está faltando é a política. Porque céu, chão e povo sendo os mesmos, o que fracassou foi o desenho político", disse.
Ciro teceu críticas aos governos anteriores. "Sendo regimes distintos o país, na média, o Brasil cresce 2,6%. E aqui se perde o pulso do crescimento, porque a cada 10 anos o Brasil cresce 27 milhões de bocas na nossa demografia ainda jovem. A riqueza por cabeça começa a declinar, e as gravíssimas dificuldades de uma economia já ainda hiperconcentrada e pessimamente distribuída começa a produzir miséria em massa", afirmou.