Em comício na cidade da Serra (ES), o presidenciável Ciro Gomes (PDT) afirmou neste sábado (3) que "qualquer imbecil sabe que Lula e Bolsonaro são pessoas diferentes", mas que o regime econômico do atual governo e dos mandatos petistas convergem.
"Não estamos aqui fazendo concurso de beleza, em que a gente olha para a pessoa. Nós temos que discutir aqui é o modelo, como a política se organiza e como a política organiza a economia. Aí, lamentavelmente, são rigorosamente a mesma proposta", completou.
Após receber críticas por uma fala infeliz relacionada à favela durante a semana, Ciro fez um mea culpa ao dizer que "ninguém" precisa entender termos econômicos.
"Ninguém precisa entender o que é câmbio flutuante, meta de inflação e superávit primário", afirmou, ao criticar a política econômica adotada pelos governos do presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos ex-presidentes Dilma Rousseff (PT) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Durante a semana, o pedetista disse a empresários no Rio de Janeiro ser um "serviço pesado" explicar seu diagnóstico e propostas para a economia do país para moradores de favelas.
"Na verdade é um comício, né? Um comício para gente preparada. Você imagina eu explicar isso na favela? É um serviço pesado", disse.
A frase foi replicada nas redes sociais e deu margem a questionamentos sobre Ciro estar ou não ao lado dos pobres. Uma das suas principais promessas de campanha é a criação de um programa de transferência de renda que irá garantir até R$ 1.000 por mês a famílias abaixo da linha da pobreza.
No discurso deste sábado, o candidato citou os termos econômicos e emendou críticas à política de juros do país.
Em terceiro lugar na corrida presidencial, Ciro tem 9% das intenções de votos, de acordo com a última pesquisa do Datafolha, realizada na quinta (1º), após o início do horário eleitoral gratuito e também da sabatina dos principais candidatos no Jornal Nacional e do primeiro debate entre os presidenciáveis.