Ciro Gomes (PDT) participou de uma live no Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, na noite deste sábado (3/9). No fim do evento que contou com a presença de pessoas da comunidade, um morador questionou o candidato à presidência da República sobre uma polêmica declaração a respeito do conhecimento de economia pelos brasileiros que vivem nas favelas.
"Qual foi de fato o ponto da sua fala? O que aquilo representa para nós que somos do Aglomerado? Nós temos de fato entendimento menor que o dos empresários ou temos condições de entender o que você está dizendo?", perguntou o rapaz enquanto gravava pelo celular.
Ciro se mostrou incomodado e chegou a insinuar que o homem seria seguidor do Movimento Brasil Livre, com posicionamento político à direita. "Terminou o discurso? Terminou o discurso, MBL?". O morador respondeu dizendo que não gostava do MBL.
Ao explicar o episódio, Ciro deu exemplo de uma visita recente a um hospital. "Estive nessa semana em um hospital de câncer de criança. O médico falou em citologia morfológica e oncológica. Eu disse: 'não sei que diabo é esse, me explica por favor'. Ou seja, quando a gente não entende uma coisa, não somos menores que ninguém. Foi só isso”.
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Na sequência, integrantes da equipe do candidato pediram para que o rapaz fosse embora do lugar, pois ele não era bem-vindo. Uma pequena confusão se formou com outros moradores questionando a conduta do homem. Ele deixou o local em seguida.
Ciro diz que é assunto superado
“Os temas áridos do ‘economês’ não são de simples entendimento por nenhum de nós. Foi só isso que eu disse. Não desfaz nada meu respeito profundo pela sabedoria popular, onde fui formado. A minha escola é o interior do semiárido do Nordeste. Estudei a maior parte da minha vida em escola pública. Eu venho dali, ninguém me ensina o que o povo brasileiro tem. O resto é pura hipocrisia”.
Visita após fala polêmica sobre favelas
O episódio foi motivo de críticas até mesmo entre eleitores pedetistas. Na sexta-feira (02/09), durante evento na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo, o político afirmou que a repercussão negativa é uma “hipocrisia demagógica”.
Agenda em Minas
Além do episódio envolvendo as favelas, na segunda-feira (29/8), o perfil do pedetista no Twitter propagou mensagem que dizia que Lula está "fraco fisicamente e psicologicamente" para enfrentar a direita. O post foi apagado no mesmo dia.
Na ocasião, o candidato minimizou a repercussão dos dois fatos. "Tudo o que se quiser inventar, comigo, não conta. Estou aqui para ajudar o povo brasileiro para ajudar a achar um caminho contra o seu desastre social e econômico. O resto é molecagem do sistema".
Foco em ajudar endividados
Tanto em Contagem quanto em BH, Ciro focou no objetivo de facilitar o pagamento de dívidas pelos brasileiros. Se eleito, o presidenciável prometeu intervir na Caixa Econômica Federal e no Banco do Brasil para a concessão de crédito à população com débitos vencidos, além de abatimento de até 90% de juros.
O pedetista ainda fez críticas às elevadas taxas dos bancos, que, segundo ele, podem chegar a 1.000% ao ano, e ao modelo do Financiamento Estudantil (Fies) implantado no Brasil em 1999.
"O governo pegou R$ 43 bilhões e emprestou aos alunos para pagarem faculdade particular. O dinheiro saiu do cofre do governo, passou para o bolso do empresário e deixou milhões de endividados".
Pesquisa
Na pesquisa divulgada pelo Datafolha na quinta-feira (1/9), Ciro Gomes contabilizou 9% das intenções de voto. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apareceu na liderança, com 45%, enquanto o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), computou 32%.