O presidente Jair Bolsonaro e candidato à reeleição pelo PL afirmou ontem que o 7 de Setembro será “um movimento nunca visto na história do Brasil" e ocorrerá de forma "ordeira e pacífica'. A declaração ocorreu durante sabatina na Jovem Pan. “Sete de setembro do ano passado foi um movimento monstro pelo Brasil, em especial em São Paulo. Nenhuma lixeira foi virada, não houve um papel queimado na rua. Não tomei conhecimento de nenhum ato de violência em boletins registrados em delegacias. Por que estão temendo o povo? O poder emana do povo ou não? O povo tem que ser respeitado ou não? O povo que tem que dar o norte ou é um ou outro ministro do TSE agora que deve dar o norte para nós e dizer como é que têm que ser feitas as coisas? Violência política? Ué vocês esquecem do pessoal do AntiFas há pouco tempo atrás? Como é que a esquerda se comportava nos movimentos de rua? Depredando prédios ali, bancos. Esquecem disso?”, questionou.
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“O que todos nós queremos não é eleições limpas? Esse clima de animosidade poderia ter sido resolvido há muito tempo, se o ministro Barroso não fosse para dentro da Câmara dos Deputados interferir diretamente em uma proposta de emenda à Constituição que estava sendo votada e falava do voto impresso. Essa conversinha de que nunca foi detectado fraude , a própria PF questiona. (…). As informações que tive é que aceitando as propostas das Forças Armadas, a chance de fraude chega a próximo de zero. Repito: próximo de zero não é zero”.
Ele pediu que a população compareça de “forma ordeira e pacífica como sempre” e, por fim, confirmou ter convidado para ficar ao seu lado durante as comemorações da Independência os empresários foco de investigação pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Críticas
Na véspera dos atos do dia 7 de Setembro, Bolsonaro voltou a criticar ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dizendo acreditar “100%” apenas nos equipamentos que têm impressão. Sem citar nomes, mas em indireta a ministros e a Lula (PT), disse haver “pessoas que trabalham para eleger um bandido no Brasil”. “Essas pessoas têm alguma razão para falar em combater a criminalidade? Eles têm a vida deles, descem lá de seu prédio, pega carro blindado, com outro segurança com fuzil e vão para casa e voltam. O povo que se exploda. O povo que se exploda. Essas pessoas que trabalham aqui para eleger um bandido no Brasil”, emendou.
Bolsonaro também reclamou da decisão de Fachin, que restringiu os decretos de armas editados pelo chefe do Executivo. Bolsonaro disse “não concordar em nada” com o magistrado e que, se reeleito, “resolve esse negócio do decreto (de armas) em uma semana”, sem maiores detalhes. O chefe do Executivo ainda fez críticas a Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), lembrando ter conversado em diversas ocasiões com ele, mas que o magistrado “logo depois volta ao que era antes” e “continua tomando medidas”. “Alexandre de Moraes. Quantas vezes conversamos e alguns dias depois ele volta ao que era antes? Ele levou convite para mim para a posse, fui na posse, foi um discurso pesado. E o que aconteceu logo depois? Ele continua tomando medidas.” E emendou que as decisões são “completamente irregulares”.