O empresário Luciano Hang, conhecido como "Véio da Havan", desfilou nesta quarta-feira (07/09) ao lado do presidente Jair Bolsonaro no evento oficial de 7 de setembro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Após caminhar ao lado do presidente, Hang subiu na tribuna de honra e se posicionou do lado esquerdo de Bolsonaro, na primeira fila. Ele apareceu entre Bolsonaro e o presidente português, Marcelo Nuno Duarte Rebelo de Sousa.
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Hang é um dos oito empresários alvos de operação da Polícia Federal em agosto por suspeita de terem defendidoum golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições presidenciais deste ano.
A defesa teria sido feita em um grupo privado de mensagens no aplicativo WhatsApp. A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e faz parte do inquérito que apura o funcionamento de milícias digitais.
Segundo o portal Metrópoles, Hang é um dos integrantes do grupo. Nas reportagens publicadas pelo portal, não há menção de que Hang tenha defendido a realização de um golpe caso Lula vença as eleições.
À BBC News Brasil, a assessoria de imprensa de Hang enviou uma nota informando que o empresário estaria "tranquilo" e negando que tenha falado em golpe no grupo de empresários.
"Que eu saiba, no Brasil, ainda não existe crime de pensamento e opinião. Em minhas mensagens em um grupo fechado de WhatsApp está claro que eu nunca, em momento algum falei sobre Golpe ou sobre STF", disse.
Atos de natureza político-partidária
Antes do início do desfile, o Ministério Público Federal do Distrito Federal divulgou nota na qual diz que o MPF pediu que o Poder Executivo adote medidas para garantir que "os atos oficiais e o desfile cívico-militar de 7 de setembro não sejam confundidos com atos de natureza político-partidária".
"As medidas foram motivadas diante das manifestações político-partidárias agendadas para o mesmo dia, horário e local do desfile cívico-militar que acontecerá amanhã, 7, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF). Nesse contexto, foram distribuídos convites a servidores civis lotados nos ministérios para que comparecessem ao evento", diz a nota.
O órgão disse que solicitou medidas para garantir "a integridade de militares que atuarão no evento e a ida de servidores civis de forma livre, sem coação".
Segurança no Supremo
Em 2021, primeira vez que Bolsonaro convocou atos em seu apoio no 7 de setembro, o STF foi surpreendido pela invasão da Esplanada dos Ministérios na noite anterior, por caminhões e manifestantes a pé, o que gerou fortes temores de que a sede do Tribunal poderia ser depredada ou invadida.
Neste ano, o efetivo que será usado na proteção da sede do STF neste 7 de setembro foi ampliado em 70% na comparação com o ano passado - o número total não foi divulgado como estratégia de segurança.
Além da Polícia Judicial do próprio STF, houve reforço de policiais que atuam em outros edifícios do Poder Judiciário, como o Superior Tribunal de Justiça e o Tribunal Superior do Trabalho. Haverá também efetivo da Tropa de Choque da Polícia Militar do DF.
Esse efetivo terá desde armamentos não letais, como taser, spray de pimenta e gás lacrimogêneo, até armas de fogo.
- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-62821214
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