Eleitor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silvia (PT), o vendedor ambulante Rodrigo Carvalho de Brito, de 31 anos, aproveitou o feriado de 7 de setembro para incrementar o orçamento e foi vender camisetas e toalhas em alusão ao presidente Jair Bolsonaro (PL) próximo à Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
No porta-malas do carro, porém, há uma outra parte de suas mercadorias. "As toalhas do Lula eu deixei escondidas, né? Senão ia dar briga, aqui", diz o vendedor.
Brito mora na cidade satélite de Ceilândia. Ele diz ter trabalhado a vida toda como vendedor ambulante, principalmente na feira de outra cidade satélite, Taguatinga.
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Brito diz que decidiu esconder as toalhas com o rosto de Lula após ter visto, há alguns meses, dois homens brigando perto de sua banca.
"Um veio comprar uma toalha do Lula e o outro foi brigar com ele. Eu separei os dois mandei acabar com aquilo. Eu sou comerciante e não posso tomar partido ", conta.
Segundo ele, na feira de Taguatinga, as toalhas de Lula vendem mais que as de Bolsonaro. Ambas são vendidas a R$ 25.
"Aqui, eu só estou vendendo do Bolsonaro, mas, na feira, vendo as duas. De cada dez, seis são do Lula", diz.
Brito afirma que está inclinado a votar em Lula neste ano, mas sua mulher, que é evangélica, vem tentando convencê-lo do contrário.
"Eu, por mim, voto no Lula. No tempo dele, as coisas eram mais baratas. Mas ela (sua mulher) ouviu dizer que o Lula tá mexendo com macumba, terreiro. Está na TV, em todo lugar", diz Brito.
Segundo ele, a suposta vinculação de Lula com religiões de matriz africana está influenciando o voto dos evangélicos que conhece. "Está todo mundo falando isso. Isso vai dar ruim pra ele", disse.
- Texto orignalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-62827950
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